A Conferência Episcopal Venezuela (CEV) deixou ontem claro que não se intimida com a onda de pressões e ataques a que tem sido sujeita por parte dos apoiantes do governo do país, liderado por Hugo Chávez. Na abertura da assembleia plenária da CEV o arcebispo Baltazar Porras, presidente do organismo, assegurou que a Igreja “continuará a promover iniciativas que a mantenham presente na vida pública”. Numa analise muito crítica da realidade venezuelana, o presidente da CEV assinalou que “a sociedade venezuelana está a ser levada para mudanças socio-económicas, políticas e jurídicas que são perigosas e subversivas para todas as estruturas existentes”. O prelado reiterou que na actual conjuntura “a Igreja não pode ficar calada”. “O processo revolucionário de Chávez leva a uma polarização estranha ao que deve ser uma democracia integral, aberta ao pluralismo de opções e ao respeito pela diferença”, acrescentou o arcebispo Porras. O prelado vincou que o caminho constitucional rumo a um referendo revogatório do mandato de Hugo Chávez aparece como “o caminho democrático mais idóneo para restabelecer a concórdia na convivência nacional”. “Esta tarefa cívica faz parte integral do dever cristão, como cidadãos e crentes, de contribuir para a paz, a solidariedade e o desenvolvimento da comunidade nacional”, concluiu o presidente da CEV.
