A população da Libéria está a perder a esperança e só uma intervenção externa poderá trazer a paz ao país. A certeza é dada por membros da Igreja a trabalhar no terreno. “É hora da comunidade internacional intervir, ao menos para separar os adversários e impedir novas violências” afirma um missionário, cuja identidade tem de ser escondida por motivos de segurança. ” O povo não pode mais. A intervenção seria tardia: tantas vidas humanas seriam poupadas se a intervenção tivesse ocorrido a tempo”, explica. O testemunho relatado pela agência Fides chega desde a capital, Monróvia. “Hoje parece haver uma pausa nos combates no centro da cidade, após o duro confronto de ontem” disse o missionário. “Não alimentamos muitas ilusões: os combatentes estão somente estão a consolidar as suas posições. Os saques à população civil continuam”, complementa. Calcula-se que os desabrigados sejam em número de 200 mil; muitos deles procuram refúgio nas embaixadas para poder obter um visto e deixar o país. O embaixador britânico nas Nações Unidas acenou com a hipótese de enviar à Libéria um contingente internacional guiado pelos Estados Unidos. O embaixador americano em Monróvia respondeu porém que antes de enviar tropas americanas devem cessar os combates. O missionário conclui dizendo que ” as Nações Unidas também deve ser capaz de ir para além da cultura da emergência humanitária, que é sem dúvida um passo indispensável, para promover projectos capazes de arrancar o país do abismo no qual foi precipitado. O que falta na Libéria, como em outras regiões de conflito, é um projecto político”.