Igreja na Itália nega interferência na esfera legislativa

As posições da Igreja Católica na Itália sobre temas como a eutanásia, a procriação medicamente assistida ou a equiparação das uniões homossexuais ao matrimónio não devem ser vistas como “ingerências” na actividade legislativa do Estado. Esta é a posição assumida pelo Cardeal Camillo Ruini, presidente da Comissão Episcopal Italiana (CEI). Na abertura dos trabalhos do Conselho Permanente deste organismo episcopal, o Cardeal Ruini defendeu que as intervenções da hierarquia pretendem “afirmar e defender os grandes valores que dão sentido à vida das pessoas e salvaguardam a sua dignidade”. Segundo o presidente da CEI, vigário do Papa para a Diocese de Roma, tais valores são “humanos, antes de serem cristãos”. Quanto ao reconhecimento jurídico das uniões de facto, o Cardeal Ruini voltou a frisar que a família “fundada sobre o matrimónio monogâmico” deve ser defendida e não equipara a outros tipos de união. No que diz respeito às uniões homossexuais, o presidente da CEI assinala que há questões “antropológicas” que são contrárias às reivindicações de equiparação ao matrimónio, como “a não existência do bem que é a geração dos filhos”. D. Camillo Ruini não fugiu aos problemas levantados pelos acontecimentos suscitados antes e após a morte de Piergiorgio Welby, visto como um “herói” da causa da eutanásia. O vigário de Roma justificou a decisão de não autorizar a realização de um funeral religioso pelo facto de “o defunto, até ao fim, ter preservado lucida e conscientemente na vontade de colocar um ponto final à sua própria vida”.

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