D. Manuel Clemente no primeiro Encontro Nacional de Leigos
Coimbra, 18 nov 2013 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, afirmou no primeiro Encontro Nacional de Leigos, este sábado, que os movimentos laicais podem formar uma “ilha”, mas têm de se sentir parte de um “arquipélago”.
“Se calhar a Igreja tem de ser um arquipélago, escusa de ser um continente compacto”, referiu D. Manuel Clemente à Agência ECCLESIA no encontro promovido pela Conferência Nacional das Associações de Apostolado dos Leigos (CNAL), em Coimbra.
D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, participou no encontro da CNAL onde fez a conferência de abertura sobre o tema “Encontro como desafio à Igreja e ao Mundo”.
Para o presidente da CEP, a “realidade laical dos movimentos” é uma resposta à “segmentação” que carateriza as sociedades atuais.
“O que é que faz um movimento, o que é que faz qualquer forma agregativa na Igreja? É o contacto de cada um e depois de todos desse grupo com algo de marcante. Portanto há ali qualquer coisa que vinculou como cristãos. A experiência das experiências que todos compartilhamos é o encontro com Cristo”, considerou D. Manuel Clemente.
Para o patriarca de Lisboa “não se pode ser leigo, ou seja membro do povo de Deus, senão integrado no povo, quer seja na realidade familiar, na empresarial ou paroquial”.
D. Manuel Clemente referiu que o cristianismo é um encontro e os leigos têm de estar articulados com outros leigos, “em termos de partilha de vida, de avanço de um projeto” uma vez que “Cristo é um convite constante ao encontro”.
Para o presidente da CEP, o ponto de encontro com e entre os leigos atualmente não é somente na paróquia, como antigamente, mas realiza-se num âmbito mais “transparoquial” e “transdiocesano” de acordo com a realidade das pessoas porque “vivem num mundo muito transversal, em conexão com outras pessoas, com outras realidades” e os ministros da Igreja têm de ter presentes nesta nova realidade.
D. Manuel Clemente considera que esta reorganização está em curso e é necessário continuar a promover, mesmo não sabendo se vai estabilizar, uma vez que é uma “mudança sociológica” com reflexos na forma como as próprias sociedades “se organizarem, interdependerem e interagirem” e que depois vai ter “reflexos” na comunidade cristã.
“Não estamos na fase da legislação, mas na fase da experiência”, acrescentou o patriarca de Lisboa que considerou úteis as pistas decorrentes do Sínodo dos Bispos sobre os leigos, de 1985, convocado pelo Papa João Paulo II.
“A cultura do Encontro na Igreja e no mundo contemporâneo” foi o tema do primeiro Encontro Nacional de Leigos, promovido pela Conferência Nacional de Associações de Apostolado dos Leigos, em Coimbra, este sábado.
PR/CB