Da nova equipa faz também parte a irmã Amália Saraiva, nomeada vice-postuladora
Fátima, 13 nov 2024 (Ecclesia) – Monsenhor Manuel Saturino Gomes, auditor do Tribunal Apostólico da Rota Romana, é o novo postulador da causa de canonização do padre Manuel Nunes Formigão, anunciou a Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima,.
A irmã Amália Saraiva, da referida congregação, integra também a nova equipa nomeada para investigar e promover esta causa, assumindo o papel de vice-postuladora, informa uma nota enviada à Agência Ecclesia.
A tomada de posse oficial do postulador e o juramento da vice-postuladora realizaram-se a 1 de novembro, solenidade de Todos os Santos, na Casa Nossa Senhora das Dores, da em Fátima.
Monsenhor Saturino Gomes e a irmã Amália Saraiva sucedem no cargo ao monsenhor Arnaldo Pinto Cardoso e à irmã Gertrudes Ferreira, a quem a Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima agradeceu.
Após a fase diocesana, na Diocese de Leiria-Fátima, a documentação recolhida foi enviada para a Santa Sé, entrando assim a causa na fase romana.
A 14 de abril de 2018, o Papa Francisco aprovou a heroicidade das virtudes do padre Manuel Formigão, que passou a ser designado de “venerável”.
“A etapa seguinte da causa será a beatificação, mas para que tal aconteça é necessário um milagre do Alto, por intercessão do nosso venerável. Por isso, temos de continuar a rezar por essa intenção, servindo-nos da oração própria, dando a conhecer esta grande figura sacerdotal, invocando a sua proteção, seja para obtenção de graças seja para obtenção de um milagre”, afirmou o novo postulador.
O religioso português Manuel Saturino Gomes fala que o milagre pode ser, por exemplo, “a cura de uma doença muito grave, que os médicos não consigam explicar através dos meios ordinários da medicina”.
O novo postulador da causa de canonização do padre Manuel Nunes Formigão é membro da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), tendo sido professor de Direito Canónico na Faculdade de Teologia e no Instituto Superior de Direito Canónico da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, instituições das quais foi também diretor.
Já a irmã Amália Saraiva tem desempenhado várias missões ao serviço da congregação, das quais se destacam as intervenções em Moçambique e Timor; a direção da Revista Stella; e a participação na comissão científica da conceção e execução do Espaço Padre Formigão – Casa do Apóstolo de Fátima.
Manuel Nunes Formigão nasceu em Tomar, a 1 de janeiro de 1883 e aos 12 anos entrou no Seminário Patriarcal em Santarém, onde realizou os estudos eclesiásticos.
O sacerdote faleceu em Fátima, a 30 de janeiro de 1958, e no ano 2000 a Conferência Episcopal Portuguesa concedeu a anuência para a introdução da causa de beatificação e canonização do “Apóstolo de Fátima”.
Em janeiro de 2017, decorreu a cerimónia de trasladação dos restos mortais do religioso, do cemitério local para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores, das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, congregação fundada pelo cónego Formigão.
De acordo com a nota biográfica divulgada pela postulação do processo da causa de canonização, o padre Formigão foi pela primeira vez à Cova da Iria a 13 setembro de 1917, como simples curioso e “profundamente cético relativamente aos factos que se diziam ali estarem a acontecer”.
Não se aproximou do local das aparições e saiu de Fátima ainda “mais cético, pois não presenciou nada de invulgar, apenas notando a diminuição da luz solar por altura das supostas aparições, mas facto que não deu qualquer importância”.
No entanto voltou a Fátima, em concreto a Aljustrel, no dia 27 desse mesmo mês a fim de interrogar, em separado, os três videntes.
A este interrogatório sucederam-se outros nas semanas seguintes, nomeadamente o efetuado no dia 13 de outubro, horas depois da última aparição e depois de ter sido testemunha, juntamente com mais de 60 mil pessoas ao assombroso fenómeno solar, que o povo apelidou como “Milagre do Sol”.
A beatificação representa, na Igreja Católica, a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto diocesano e pode ser dado aos fiéis como intercessor, enquanto que a canonização e reconhecimento de santidade abre ao culto universal e o novo santo é apresentado como modelo de vida.
LJ/OC