Mostra inclui peças da sacristia da Capela Sistina
Lisboa, 08 mai 2018 (Ecclesia) – O Metropolitan Museum of Art Costume Institute, de Nova Iorque, acolhe a partir de quinta-feira a exposição ‘Heavenly bodies: Fashion and the catholic imagination’ (Corpos celestiais: Moda e a imagética católica), com a colaboração da Santa Sé.
A iniciativa quer promover, segundo os seus organizadores, “um diálogo entre a moda e a arte medieval”, partindo da coleção do Met, e analisar “o compromisso da moda com as práticas e as tradições do Catolicismo”.
A mostra vai apresentar ao público peças de vestuário da sacristia da Capela Sistina, algumas das quais nunca tinham deixado o Vaticano.
O catálogo da exposição conta com uma introdução do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), que recorda a passagem do livro do Génesis em que Deus faz a Adão e Eva “túnicas de peles” para os vestir.
O responsável do Vaticano sublinha que as vestes litúrgicas da Igreja Católica celebram o “mistério religioso”, o Deus “esplêndido, maravilhoso, sumptuoso, glorioso”.
Já o cardeal de Nova Iorque destacou a “colaboração histórica” com o Vaticano, falando na conferência de imprensa da abertura da exposição no ‘Metropolitan Museum of Art Costume Institute’.
“A Igreja e a imagética católicas são sobre a verdade, bondade e beleza. É por isso que temos ótimas escolas e universidades: para ensinar a verdade. É por isso que amamos e servimos os pobres: para fazer o bem. É por isso que gostamos de coisas como arte, poesia, música, liturgia e, sim, até mesmo moda: para agradecer a Deus pela beleza”, frisou D. Timothy Dolan.
Andrew Bolton, curador da exposição, explica na apresentação da mostra que o público vai poder encontrar uma análise ao “papel da espiritualidade e da religião” na cultura contemporânea, com relações “complexas e muitas vezes controversas” com o Catolicismo.
O catálogo da exposição, em dois volumes, inclui obras dos estilistas Cristobal Balenciaga, Domenico Dolce e Stefano Gabbana, John Galliano, Jean Paul Gaultier, Madame Grés, Christian Lacroix, Karl Lagerfeld, Jeanne Lanvin, Claire McCardell, Thierry Mugler, Elsa Schiaparelli e Gianni Versace.
“Artigos de historiadores de arte e autoridades religiosas oferecem uma perspetiva sobre como a moda manifesta – ou subverte – valores e a ideologia católica”, precisa Andrew Bolton.
A Gala MET de 2018, na noite de segunda-feira, em Nova Iorque, antecedeu a abertura da exposição de moda.
OC