Igreja: Misericórdia «é cura para uma sociedade cheia de angústias»

Responsável por este setor pastoral em Portugal perspetiva jubileu convocado pelo Papa Francisco

Bragança, 16 mar 2015 (Ecclesia) – O diretor do Apostolado da Misericórdia de Deus acredita que o ano jubilar convocado pelo Papa dará “novo alento” à divulgação de uma mensagem essencial, muitas vezes encarada como “apenas mais uma devoção”.

Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, o padre Basileu Pires realça que “a misericórdia, mais do que uma devoção”, é “um bálsamo, uma cura para uma sociedade cheia de angústias”.

É também expressão “do amor absolutamente gratuito de Deus por todos os homens”, que são “chamados a viver” essa dimensão, “na mesma medida”, nas suas comunidades.

“Com o jubileu poderemos ter uma porta mais aberta para levar esta mensagem às paróquias”, sustenta o sacerdote.

O Papa Francisco anunciou esta sexta-feira a realização do 29.º jubileu na história da Igreja Católica, um Ano Santo extraordinário centrado no tema da Misericórdia, entre 8 de dezembro e 20 de novembro de 2016.

“Pensei muitas vezes no modo como a Igreja poderia tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e temos de fazer este caminho. Por isso decidi proclamar um jubileu extraordinário que tenha no seu centro a misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da misericórdia”, disse, durante uma celebração penitencial na Basílica de São Pedro.

O Apostolado da Misericórdia de Deus teve origem nas revelações particulares de Jesus a Santa Faustina Kowalska (1905-1938) e consiste em fazer a experiência do amor misericordioso de Deus e levá-lo aos outros, através da vida, da evangelização e da oração.

Em Portugal, este setor pastoral está sediado no Convento de Balsamão, em Macedo de Cavaleiros, Diocese de Bragança-Miranda, e é assumido pela congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição.

Segundo o padre Basileu Pires, para além da divulgação do Diário de Santa Faustina, o Apostolado organiza todos os anos uma semana nacional de Espiritualidade sobre a Misericórdia de Deus, normalmente a seguir ao Tríduo Pascal.

“Nalguns países têm-se feito congressos nacionais, aqui não temos algo com esse alcance, e o jubileu poderá ser uma oportunidade para fazermos uma iniciativa mais abrangente, que seja um pouco mais mobilizadora”, perspetiva aquele responsável.

No que diz respeito ao significado que o Ano Santo da Misericórdia poderá ter, no contexto do pontificado do Papa, o sacerdote sustenta que este projeto segue a linha que Francisco tem defendido desde o início.

“Todas as intervenções do Papa têm ido no sentido de uma confiança ilimitada na misericórdia de Deus e de uma atitude de misericórdia para com os irmãos, e este jubileu vem na continuidade dos seus ensinamentos, da sua prática, dos gestos com que tem brindado o mundo ao longo destes dois anos”, completou.

Para Francisco, “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus”, por isso a Igreja Católica deve ser essa primeira “casa que acolhe todos e não recusa ninguém”.

“As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”, frisou o Papa argentino, durante o anúncio deste jubileu extraordinário, na última sexta-feira.

JCP/OC

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Agência ECCLESIA

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