Mundo precisa de cristãos que saibam «abalançar-se» no anúncio, sublinha bispo responsável pelo setor
Lisboa, 01 out 2014 (Ecclesia) – As Obras Missionárias Pontifícias convidam as comunidades católicas em Portugal a fazerem deste mês uma oportunidade para reforçarem a sua presença e ação na sociedade.
Inspirado na exortação apostólica “A alegria do Evangelho”, o guião deste ano recorda que “primeirar, ou seja, tomar a iniciativa, deve ser uma das imagens de marca dos missionários hoje”.
“Nós somos convidados por Francisco (e, antes dele, por Cristo) a sermos ‘Igreja em saída’, na rua, a partilhar a sorte a má sorte de todos, sobretudo dos pobres, mesmo sujando as mãos”, salienta o documento, enviado à Agência ECCLESIA.
O guião tem como tema “Missão: uma paixão por Jesus e por todos” e apresenta em destaque a mensagem do Papa para o 88.º Dia Mundial das Missões, que este ano vai ser assinalado a 19 de outubro.
Francisco frisa que hoje “continua a revestir-se de grande urgência a missão ‘ad gentes’, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária”.
Sustenta ainda que “os bispos, como primeiros responsáveis do anúncio, têm o dever de incentivar a unidade da Igreja local à volta do compromisso missionário”, principalmente nos “lugares mais remotos”, nas “periferias de seu próprio território, onde há mais gente pobre à espera”.
Para o presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, que também participou na elaboração do guião, Portugal e a Europa precisam de pessoas que, tal como nos primeiros tempos do cristianismo e da época dos Descobrimentos, saibam “abalançar-se” na propagação da Palavra de Deus e dos seus valores.
Mesmo que por vezes se sinta que as condições não estão totalmente reunidas ou que faltam estruturas para o fazer.
“Primeiro está a obra missionária e só depois é que vêm as estruturas de cristandade. Não o contrário. Se os Apóstolos se propusessem começar por criar as estruturas ‘indispensáveis’ em Jerusalém, ainda hoje não teriam de lá saído”, sublinha D. Manuel Linda.
Saber escutar os sinais dos tempos, as necessidades do “mundo”, mesmo daqueles “que pensam de maneira diferente”; e a Igreja, os seus bispos e leigos, os jovens e adultos, os mais velhos, são também características essenciais para quem quer ser missionário.
O padre António Fernandes, presidente dos Institutos Missionários Ad Gentes, alerta que nenhum missionário “anuncia o seu projeto, a sua perspetiva ou os seus sonhos”.
“Por mais belos e atraentes que possam ser, não possuem a riqueza e a profundidade do projeto de Deus”, aponta aquele responsável.
O sacerdote pede também no guião que quem trabalha ou quer trabalhar nesta área se “distinga” pela “dedicação” ao próximo “com uma atenção que lhe toque o coração, para que experimente a riqueza de humanidade”.
JCP