Igreja/Media: «Temos de aprender a comunicar» – padre Paulo Duarte (c/fotos)

Painel com religioso jesuíta e Clara Almeida Santos, docente universitária, abordou questão de «parecer ou aparecer» em tempos de comunicação digital

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Coimbra, 25 set 2025 (Ecclesia) – O padre Paulo Duarte, sacerdote jesuíta, afirmou a necessidade do “discernimento” sobre como comunicar e estar nas redes sociais, pedindo maior “formação” para os responsáveis da Igreja.

“Temos de aprender a comunicar”, indicou o religioso, na sessão de abertura das Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2025, em Coimbra.

“Enquanto instituição, deveria haver mais formação na comunicação”, insistiu.

O sacerdote integrou o grupo de missionários digitais e influenciadores católicos que viveram evento inédito do Ano Santo, no final de julho, em Roma.

Em 2013, com a renúncia de Bento XVI e a eleição do Papa Francisco, deu-se o “boom”, com várias partilhas nas redes sociais, bem como a sua história pessoal como antigo comissário de bordo.

O padre Paulo Duarte indicou que a sua intenção é oferecer “contributos para a reflexão”.

“Se estiver constantemente a expor-me, quem é que eu quero comunicar?”, questionou.

O religioso elogiou a “grande autenticidade” dos Papas Francisco e Leão XIV, que ajuda a passar a mensagem.

“Quando há força de verdade, quando há autenticidade, há uma vontade de estar”, apontou.

O padre Paulo Duarte sustentou a necessidade de “educação para o silêncio”.

“Também estamos a precisar de pausas de silêncio, verdadeiramente, para o equilíbrio”, realçou.

A iniciativa decorre em Coimbra, até sexta-feira, sobre o tema ‘Comunicar sem corantes nem conservantes’.

Os trabalhos começaram com uma conversa entre Clara Almeida Santos, é professora no Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e o padre Paulo Duarte, adjunto do diretor da Rede Mundial de Oração do Papa em Portugal, em torno do tema ‘Ser, parecer ou aparecer: fronteiras na comunicação’, com moderação de Nelson Mateus, jornalista da SIC.

Clara Almeida Santos questionou os presentes sobre o tempo que estão “disponíveis” para ouvir os outros.

“Se está toda a gente a gritar, como é que nos ouvimos uns aos outros?”, questionou, convidando a “sussurrar”, como forma mais “eficiente” de comunicar.

A docente universitária apresentou dados sobre a produção de conteúdos que acontece a cada minuto, na internet, destacando como grandes elementos da transformação mediática “a rapidez e a multiplicidade”.

“Vivemos num tempo em que somos quase obrigados à multiperformance”, advertiu.

A realização de “cada vez mais tarefas” é “incomportável”.

“Temos de nos perguntar, coletivamente, o que estamos a fazer com o tempo”, apelou.

A convidada assinalou que a universidade e a Igreja partilham um “problema de marketing”, por terem um “legado” histórico e querer mostrar uma imagem de “modernidade”.

OC

Estas Jornadas são promovidas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais (SNCS), da Conferência Episcopal Portuguesa

Uma intervenção do padre e DJ GuilhermePeixoto integra a mesa-redonda com o tema ‘Ser, parecer ou aparecer: fronteiras na comunicação’.

O painel que compõe este momento inclui o padre Manuel Vieira, do Departamento de Comunicação Social da Arquidiocese de Évora; Rita Carvalho, do Gabinete de Comunicação da Companhia de Jesus; Paulo Aido, do Departamento de Comunicação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre; e Francisco de Mendia, da Agência de Comunicação H/Advisors CV&A.

As Jornadas vão incluir, na sexta-feira, uma componente prática, com um Workshop “Storytelling digital: como criar conteúdos com impacto e relação”, conduzido por Nelson Pimenta, diretor digital do Grupo Renascença.

A conferência final, sobre o tema “IA: (este) tempo e sentido(s)”, está a cargo de João Paiva, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

O encontro decorre este ano no Seminário de Coimbra, permitindo visitar o espaço.

 

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