Diretor digital do Grupo Renascença defende aposta na «criatividade e inovação» para obter atenção nas redes digitais

Coimbra, 26 set 2025 (Ecclesia) – Nelson Pimenta, diretor digital do Grupo Renascença, disse hoje que os novos desafios da comunicação exigem “criatividade e inovação”, sem medo do futuro.
“Sempre foi assim, quando se falou de digital, falou-se da mesma forma, são ciclos: nós temos de adaptar-nos ao que aí vem e não ter medo do desconhecido, mas ter a capacidade de enfrentar os problemas e saber que há soluções inovadoras”, disse à Agência ECCLESIA.
O especialista falou esta manhã nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social, num workshop sobre ‘Storytelling digital: como criar conteúdos com impacto e relação’.
O encontro, que se encerra hoje, decorre desta quinta-feira, no Seminário Maior de Coimbra, abordando o tema ‘Comunicar sem corantes nem conservantes’.
“É uma provocação, eu transformaria os corantes e conservantes em criatividade e inovação, porque no mundo de hoje inundado por múltiplas comunicações, temos de adicionar outros ingredientes para fazer a diferença”, referiu Nelson Pimenta.
A intervenção, perante dezenas de participantes, abordou dois métodos, ligados à comunicação viral e ao ritmo.
“O facto de ser viral encaixa exatamente com aquilo que é comunicar nas redes sociais, chegar a mais pessoas, ponto a ponto, explicando como é que se faz”, precisou.
Já o ritmo, acrescenta o conferencista, “tem a ver com a execução” e o “público-alvo”.
“Quando se cria um texto, um vídeo ou uma imagem, o pensamento do que é que eu vou documentar, sempre a pensar no público-alvo”, acrescentou.
Nelson Pimenta entende que é preciso valorizar a informação oferecida pelo público, com as suas reações aos conteúdos.
“Podemos lançar três vídeos e apenas um ser imensamente partilhado, esse é que é o viral. Esse conteúdo é que tem de ser considerado como o conteúdo vencedor e aquilo que as pessoas querem ver e é por isso que nós tomamos decisões de deixar cair uns e criar outros, baseados nesta informação”, relatou.
O especialista destacou o alto volume de consumo de internet e de redes sociais no Portugal: “O que diria é que na produção, eventualmente, nós não saibamos ainda como comunicar para determinados alvos”.
Para Nelson Pimenta, as pessoas estão “totalmente condicionadas pelas plataformas digitais”, o algoritmo, que impõe as suas próprias regras.
O diretor digital do Grupo Renascença, a inteligência artificial é uma ferramenta a que a cultura e a sociedade se vão adaptar.
“São ferramentas que vão potenciar o nosso pensamento, mas apenas como auxiliar. Se mantiver o ser humano ao volante, não tem como falhar a estrada”, conclui.

As jornadas começaram com uma conversa entre Clara Almeida Santos, professora da Universidade de Coimbra, e o padre Paulo Duarte, adjunto do diretor da Rede Mundial de Oração do Papa em Portugal, em torno do tema ‘Ser, parecer ou aparecer: fronteiras na comunicação’.
Os trabalhos incluíram apresentações de responsáveis de gabinetes de comunicação de diferentes organizações e instituições católica.
A conferência final, sobre o tema ‘IA: (este) tempo e sentido(s)’, está a cargo de João Paiva, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Do programa consta também uma visita guiada aos espaços do Seminário de Coimbra, no fim das jornadas.
LFS/OC