Responsáveis e especialistas católicos estiveram em debate promovido pela Faculdade de Teologia em Braga
Braga, 23 jan 2016 (Ecclesia) – A presença da Igreja Católica nas redes sociais e no mundo digital ajuda a quebrar a “capa do anonimato” das suas instituições, defendeu hoje o diretor do Departamento Arquidiocesano de Braga para a Comunicação Social.
O padre Tiago Freitas foi um dos vários responsáveis e especialistas católicos convidados para as jornadas promovidas pelo núcleo de Braga da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), sobre o tema ‘Do clique ao toque: o diálogo entre a vida e a fé nos dispositivos digitais’.
Segundo o sacerdote, o combate ao “anonimato” da diocese tem sido feito com uma “linguagem próxima, simples”, na consciência de que um departamento de comunicação deve “acima de tudo informar as pessoas” com “transparência, consistência, regularidade, assertividade”.
Apesar do seu caráter institucional, a este organismo compete “não só comunicar, mas evangelizar” com “profundidade, proximidade, simplicidade e entusiasmo”.
Nesse contexto insere-se a aposta nas redes sociais, com o Facebook a funcionar como “primeiro grande canal de comunicação”.
O padre Luís Miguel Rodrigues, organizador do evento e docente na Faculdade de Teologia da UCP, disse à Agência ECCLESIA que as jornadas querem ajudar a “aprofundar” a reflexão sobre a “utilização dos dispositivos digitais ao serviço da evangelização”.
“Depois deste dia, em que procuramos conhecer, vamos procurar compreender, uma reflexão mais fina e detalhada”, acrescenta.
O ponto de encontro para este trabalho, em busca de uma “chave comum” de leitura vai ser o fórum criado na página das jornadas, em http://docliqueaotoque.braga-ucp.com/.
“Temos todos de dar o nosso contributo para que este trabalho de evangelização no ambiente digital aconteça de formas mais assertiva e eficaz”, observa o padre Luís Miguel Rodrigues.
O painel ‘Identidade e narrativas digitais’ contou com a intervenção do jornalista Paulo Rocha, diretor da Agencia ECCLESIA, para quem os projetos de comunicação não podem ser “motivo de divisão” na Igreja.
O responsável falou do projeto que tem sido levado a cabo na agência de notícias, com “uma grande especificidade”, que visou a simplificação do texto para que o leitor tenha mais facilidade de acesso ao conteúdo, procurando ainda ser um “instrumento de trabalho” para quem produz informação religiosa.
Para o também secretário da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais é necessário ativar “digitalmente” a rede das instituições católicas que se constitui “naturalmente” e gerar uma “infoevangelização”, sem confusão de conteúdos.
Já o padre Marcelino Paulo Ferreira, do ‘Laboratório da Fé’, projeto virtual da Arquidiocese de Braga, sublinhou a importância da “presença” no mundo digital e contestou a “falácia” de distinguir “a presença real da presença virtual”.
“O primeiro verbo a conjugar neste laboratório da fé é escutar”, precisou, acrescentando que o outro verbo é “partilhar”, para ser “peregrinos na vida, na internet, no telemóvel”.
O padre António Valério, dos projetos ‘Passo a Rezar’ e ‘Click to Pray’, falou por sua vez do esforço de “levar o conceito de oração para as imagens e narrativas de hoje”, em particular ligados à tecnologia, onde as pessoas se relacionam umas com as outras.
O Apostolado da Oração, ligado à Companhia de Jesus (Jesuítas) procurou assim responder à necessidade de encontrar “tempo” num mundo “ruidoso”, com muita velocidade mas pouca “ligação”.
Segundo o sacerdote, num primeiro momento é preciso dizer a muitas pessoas ‘não pares para rezar’, com propostas de iniciação à vida espiritual e de oração.
As jornadas encerram-se com uma conferência do vice-presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença, padre Américo Aguiar.
OC