Igreja/Media: «Sucesso da comunicação há de ser sempre a verdade e a forma como procuramos informar com essa verdade», afirma padre João Moita

Diretor do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Santarém comenta mensagem do Papa e aborda participação no primeiro grande evento do Ano Santo 2025

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Cidade do Vaticano, 27 jan 2025 (Ecclesia) – O padre João Moita, coordenador do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Santarém, defendeu, em declarações à Agência ECCLESIA, que o sucesso da comunicação está relacionado com a verdade e transparência de informar.

«O sucesso da comunicação há de ser sempre a verdade e a forma como procuramos informar com essa verdade, com transparência e na Igreja esse é um desafio de sempre” e “hoje ainda mais”, afirmou o sacerdote este sábado, a propósito da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2025.

A mensagem anual, divulgada no dia da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, desafia os jornalistas a um “compromisso corajoso” perante a desinformação e convida os profissionais do setor a serem “comunicadores de esperança”.

O responsável considera que atualmente, nos meios digitais ou na imprensa escrita, muitas vezes encontram-se “notícias com pouco fundo, pouca verdade até”.

O padre João Moita destaca a importância de escutar aqueles com quem se conversa, que se entrevista, fazendo-o com a verdade, “com o acompanhamento necessário e sempre com esse horizonte também de esperança” e “ao mesmo tempo com toda a realidade”.

“Muitas das vezes confrontamo-nos, a Igreja também, com situações de muita fragilidade, com situações onde aquilo que temos à nossa frente, seja de pessoas, os meios, são de facto muito pobres também nesse sentido”, realça.

“Temos de mostrar a realidade com verdade, mas sem deixar de ser ao mesmo tempo esperançosos na mensagem que transmitimos”, salientou o coordenador do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Santarém.

O padre João Moita foi um dos participantes do Jubileu do Mundo das Comunicações, que decorreu entre 24 e 26 de janeiro, no Vaticano, e faz um balanço “extremamente positivo do encontro”.

“O sentido do jubileu é um sentido da peregrinação, não só uma peregrinação que se faz com os pés, mas sobretudo uma peregrinação que se faz interior. Aquilo que escutámos, aquilo que rezámos, aquilo que fizemos a caminho e juntos”, assinalou.

O sacerdote realça a partilha, as relações criadas, o estabelecimento de laços que o Jubileu da Comunicação proporcionou, além dos conhecimentos e a aprendizagem.

O sacerdote justifica que a participação no Jubileu da Comunicação respondeu ao desafio do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais e, em diálogo com o bispo diocesano, discutiu-se que seria importante a presença da diocese e do gabinete de informação.

“[A comunicação] é uma área que a diocese, o bispo, tem uma preocupação também especial hoje em dia, cada vez mais, porque a Igreja não pode, de facto, olhar para a comunicação como um anexo da própria pastoral e da evangelização”, afirmou o sacerdote.

De acordo com o responsável, a comunicação tem de ser encarada “como um instrumento necessário, essencial para o próprio anúncio, para a própria divulgação” daquilo que se acredita e se quer levar aos outros.

“A participação neste Jubileu é um sinal também de que queremos caminhar em conjunto também com esta área tão importante para a Igreja”, referiu.

Padre João Moita
Foto: Agência ECCLESIA/LC

O Jubileu da Comunicação é o primeiro grande evento do Ano Santo 2025, que o padre João Moita considera ser “um sinal muito importante” e um “convite claro” a transmitir mensagem de esperança.

O sacerdote fala que se vive um tempo “profundamente desafiador”, realçando que é ainda maior o desafio de comunicar a esperança.

“Uma pessoa que vive sem esperança é uma pessoa sem horizontes, então eu acredito muito que nós temos essa missão concreta neste tempo que vive assim, na realidade de guerras, de discórdias em tantos lugares, mas também à nossa volta, nos nossos metros quadrados mais próximos, nós temos esse dever de continuar a ser pessoas de esperança, cristãos de esperança”, indicou.

Em 2025, a Diocese de Santarém vive um “ano único”, com a vivência do Jubileu universal e diocesano, aponta o sacerdote, que refere que “está tudo muito unido, muito bem encaminhado” para comunicar estes momentos, através do acompanhamento nas vigararias, paróquias.

Além disso, a Diocese de Santarém tem também procurado fazer a “ponte” com meios de comunicação social que não pertencem à Igreja Católica, que “aparentemente estão distantes”, criando uma “rede de contactos”.

“Eu acho que este ano pode ser muito proveitoso também nesse sentido e não desistimos”, sublinhou.

O Jubileu do Mundo das Comunicações foi o primeiro grande evento do Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história da Igreja, tem como tema ‘Peregrinos de Esperança’ e foi proclamado pelo Papa Francisco na bula intitulada ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana); teve início no dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, e termina no dia 6 de janeiro de 2026.

LJ/OC

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