Monsenhor Lucio Ruiz convidou ao acompanhamento de quem comunica nas redes sociais
Fátima, 21 set 2023 (Ecclesia) – O secretário do Dicastério para a Comunicação, organismo da Santa Sé, disse hoje, em Fátima, nas Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais que a escuta é “muito importante” no processo sinodal que se vive na Igreja.
“Os tempos atuais não valorizam o processo da escuta, as pessoas andam apressadas com outros afazeres por isso a temática da escuta é muito importante nestes tempos sinodais”, realçou monsenhor Lucio Ruiz que proferiu uma conferência sobre ‘Geração 2023: Escutar para comunicar’.
O Papa Francisco, observou, quer uma “Igreja em saída” e neste contexto é fundamental “uma cultura da comunicação na era da Igreja sinodal”.
“O centro da sinodalidade é samaritanear, ao estilo do bom samaritano”, sublinha o membro da Cúria Romana.
Para o sacerdote argentino, depois da aposta no “virtual”, no tempo da pandemia, “o lado presencial deve ser valorizado”, neste momento, porque provoca diálogo.
“Discernir, guardar silêncio no coração e observar é uma forma de escuta ativa”, afirmou aos participantes nas Jornadas.
O especialista observou que a escuta implica “diálogo”, uma “forma de caminhar juntos”.
“Não se trata de um acontecimento, mas um processo”, acrescentou monsenhor Lucio Ruiz.
Para o secretário do Dicastério para a Comunicação, a escuta na era digital deve ser “criativa” para chegar “mais longe”, lembrando que os jovens são “mestres nesta área”.
O processo sinodal é “uma experiência missionária” feita com “método, planificado e dinâmica digital”, salientou.
A intervenção deixou elogios aos missionários digitais, nos cinco continentes, mas alertou que muitas vezes eles “estão sós”, convidando os responsáveis católicos a “apostar numa pastoral digital”.
A XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que se inicia a 4 de outubro, vai contar com a presença de dois evangelizadores digitais.
Para mons. Lucio Ruiz, as redes socias possibilitam o encontro com pessoas que tem “vergonha” de se apresentar em outros fóruns e “chega às periferias”, exemplificando com os doentes com HIV ou toxicodependentes.
No encontro de influenciadores, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada em Lisboa de 1 a 6 de agosto estiveram presentes 577 pessoas de 65 países, tendo sido convocadas cerca de 20 mil pessoas.
Admitindo que os preconceitos sobre as redes sociais existem, o especialista destacou que ninguém deve pensar que as redes sociais são “uma coisa profunda”, mas “têm coisas pequenas que tocam o coração das pessoas”.
As Jornadas Nacionais de Comunicação Social, iniciativa organizada pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais da Igreja Católica, está a decorrer entre esta quinta e sexta-feira, com o tema “Geração 2023, todos ligados: e a Igreja?”, na ‘Domus Carmeli’, Fátima.
LFS/OC