Igreja/Media: Padres na história da televisão pública

RTP está a celebrar 60 anos de vida, marcados pela presença do religioso

Lisboa, 07 mar 2017 (Ecclesia) – A RTP, Rádio e Televisão de Portugal, celebra hoje o seu 60.º aniversário, num percurso marcado pela presença de vários padres e programas religiosos no serviço público.

O programa ‘70×7’, atualmente na RTP2, é emitido sem interrupções desde 1979, depois de negociações entre a RTP e a Igreja Católica, representada pelo bispo D. António Marcelino; programa quinzenal, no primeiro ano, passou a semanal em novembro de 1980, um recorde de longevidade na televisão portuguesa.

O nascimento da televisão em Portugal contou com o contributo de monsenhor Lopes da Cruz, pároco da Igreja dos Mártires e fundador da Rádio Renascença, que foi o primeiro presidente da Assembleia-geral da RTP.

Monsenhor Lopes da Cruz garante a transmissão da Eucaristia Dominical na televisão, sem encontrar oposição; ao longo da sua história, a RTP continuou a transmitir a Missa Dominical.

Em ocasiões específicas ou acontecimentos de relevo nacional ou internacional, a Missa deixa o Estúdio e é transmitida do Vaticano, de igrejas da Europa (na cadeia Eurovisão) e das comunidades católicas de Portugal.

Nas memórias da RTP são incontornáveis as ‘Charlas Linguísticas’, programa do padre Raúl Machado (que faleceu em 1961, terminando também aí o programa), membro da Sociedade de Língua Portuguesa.

Foram muitos os padres que passaram pela televisão, na celebração da Eucaristia Dominical, em programas religiosos e mesmo naqueles programas que justificaram o aparecimento de serviço público televisivo, na Europa e também em Portugal: o padre José Maria de Freitas, pároco dos Beato; o padre Videira Pires, de Bragança; o padre Moreira das Neves; o cónego Xavier Coutinho (‘Naquele Tempo’); D. António Reis Rodrigues (‘Lux in Tenebris’) e D. Serafim Ferreira e Silva; o padre Teodoro Marques da Silva; o padre João de Sousa, (‘Amanhã é Domingo’); o padre Luís França (‘Cada dia uma esperança’).

Esta história na RTP fica marcada sobretudo pelos programas do sacerdote que viria a ser cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro: ‘Encruzilhadas da Vida’, de perguntas e respostas sobre questões religiosas; ‘O Dia do Senhor’, sobre atualidade religiosa, emitido em cada Domingo; e ‘Concílio Vaticano II’, sobre os trabalhos do Concílio e a forma como os portugueses o acompanhavam.

A partir de 1975, a RTP conta com o contributo do padre António Rego na programação religiosa: entre outros programas, foi autor do ‘Andar faz caminho’ e do ‘70×7’ (que iniciou com Manuel Vilas Boas).

Em janeiro deste ano, a RTP iniciou a transmissão de ‘A Fé dos Homens’, onde se inclui o programa ‘Ecclesia’, da Igreja Católica, com tradução em Língua Gestual Portuguesa.

Os programas ‘A Fé dos Homens’, ‘Caminhos’ e ‘70×7’ são a concretização do artigo 25 da Lei de Liberdade Religiosa, onde se garante “um tempo de emissão” às “igrejas e demais comunidades religiosas inscritas”.

No dia 11 de julho de 2003 foi assinado um acordo entre a RTP e a Comissão do Tempo de Emissão das Confissões Religiosas onde se descrevem as condições de presença, produção e emissão do programa ‘A Fé dos Homens’, ‘Caminhos’ e ‘70×7’, que atualizou o primeiro acordo assinado no dia 15 de maio de 1997.

PR/OC

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