Padre Américo Aguiar, diretor do Secretariado das Comunicações Sociais da Igreja Católica em Portugal
Lisboa, 24 jan 2017 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais destacou hoje a perspicácia do Papa Francisco ao escolher para o Dia Mundial das Comunicação Sociais 2017 o tema ‘Comunicar esperança e confiança no nosso tempo’.
Em entrevista ao Programa ECCLESIA, na RTP2, o padre Américo Aguiar, disse que falar em esperança e confiança “não podia ser mais oportuno” no inicio de um ano “cheio de dúvidas internacionais, da política à economia, da economia à paz ou à guerra”.
Aquele responsável recordou que o arranque de 2017 marcou também o começo “de um novo mandato do secretário-geral das Nações Unidas”, o português António Guterres; e de uma nova presidência nos Estados Unidos da América, com Donald Trump.
O padre Américo Aguiar destacou ainda outros desafios sociais que marcam a atualidade, como a pobreza e a exclusão social, as pessoas que “não têm teto, não têm trabalho, não têm terra”.
Segundo o sacerdote, é neste contexto de “muitas dúvidas” que o Papa Francisco quer “provocar” a comunicação e os jornalistas, da Igreja Católica e da sociedade em geral, para que sejam “arautos da esperança e da confiança”.
Para o diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, corresponder a este desafio implica mudar o ‘chip’ no que toca à produção e ao consumo de notícias.
“Parece que nos rankings e nas estatísticas a boa notícia não tem telespetadores, não tem audiência, e nós temos que fazer alguma coisa para contrariar isso”, salientou o também presidente do Conselho de Gerência da Rádio Renascença, que considerou como “fundamental” apostar na “educação para os media”.
Um esforço que permita combater também “uma certa libertinagem” que marca a produção de informação, e que tem sido favorecida pela afirmação das “redes sociais”, sublinhou o mesmo responsável.
“Não quero diabolizar as redes sociais nem os media digitais, mas temos que saber que há valores, há princípios, há balizas que têm de guiar o caminho que vamos fazer, e quando parece que isso não existe as coisas não terminam da melhor forma”, alertou o sacerdote.
O coordenador do setor das Comunicações Sociais na Igreja Católica em Portugal realçou ainda a importância de resolver os “problemas económicos e financeiros” da classe jornalística.
E nisso “as entidades da Igreja Católica têm de ser exemplares, porque o trabalho não é uma ocupação, é também a dignidade de uma pessoa”, concluiu.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais, única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II (decreto ‘Inter Mirifica’, 1963), é celebrado no domingo que antecede o Pentecostes (28 de maio, em 2017).
A mensagem do Papa Francisco foi publicada hoje, na festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.
PR/JCP