«Para nós é também um sinal de resiliência estando num extremo de Portugal», assinalou António Gonçalves Rodrigues, que destacou acontecimentos marcantes de 2023
Bragança, 23 dez 2023 (Ecclesia) – O jornal ‘Mensageiro de Bragança’, da Diocese de Bragança-Miranda está a celebrar 84 anos de vida que, destaca o seu diretor, “significam 84 anos de publicações ininterruptas” e com “muitos desafios”, distinguido com o Prémio Gazeta da Imprensa Regional.
“Significam 84 anos de publicações ininterruptas, é o jornal mais antigo não só da Diocese de Bragança-Miranda, mas do distrito de Bragança com publicações ininterruptas”, disse António Gonçalves Rodrigues, à Agência ECCLESIA.
O diretor do jornal ‘Mensageiro de Bragança’ destaca que estes 84 anos de publicações são também “um sinal de resiliência” de um jornal que pertence a uma diocese, é “a voz oficial da Diocese de Bragança-Miranda”.
“Para nós é também um sinal de resiliência porque estando num extremo de Portugal, um dos extremos mais esquecidos, a periferia das periferias, isto tem custos. Muitas vezes custos elevados porque quanto mais longe de Lisboa mais dificuldades se apresentam para fazer ouvir a nossa voz”, desenvolveu.
A comemoração destas mais de oito décadas de história do jornal de inspiração cristã também fica marcada com o prémio ‘Gazeta de Imprensa Regional’, atribuído pelo Clube de Jornalistas, no passado mês de outubro; o ‘Prémio Gazeta 2022’ será entregue pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Lisboa.
“Para nós foi honrosa surpresa, é um reconhecimento dos nossos pares, e em Portugal tende-se a olhar para aquilo que está mais perto da vista e, muitas vezes, é mais difícil olhar para aquilo que a nossa vista não alcança no imediato”, disse o diretor do seminário, afirmando que é também “um sinal de esperança para todos os órgãos de comunicação do interior”.
Para António Gonçalves Rodrigues, o ‘Prémio Gazeta 2022’ permite olhar para a imprensa mais afastada da capital portuguesa, “mais afastada dos grandes meios, dos grandes centros”, e permite perceber que “no interior do país também se faz jornalismo”, jornalismo de qualidade com “profissionais com valia reconhecida”.
O diretor e jornalista do ‘Mensageiro de Bragança’ explica que são “muitos os desafios” sobretudo nesta fase que a imprensa, “de uma forma geral, atravessa uma crise”, a crise económica que se aprofunda desde 2008, e que “tem afastado anunciantes”, uma série de pequenas crises, e “todas somadas conferem um cenário um bocadinho desolador do que é o panorama dos media em Portugal”, do aumento do custo do papel, da mão-de-obra, a distribuição do jornal “condicionada pelas dificuldades crescentes com a distribuição postal”.
Nas declarações à Agência ECCLESIA, António Gonçalves Rodrigues olhou também para o ano de 2023 e destacou como acontecimento local a “entrada na diocese de um novo bispo, D. Nuno Almeida”, a Jornada Mundial da Juventude foi um “momento marcante”, que também teve uma vivência diocesana com a semana dos ‘Dias nas Dioceses’, “que permitiu um intercâmbio cultural bastante interessante”.
“A finalizar o ano, um facto que acaba por marcar a vida do país este ano, que é a queda de um governo de maioria e que vai marcar o próximo ano”, acrescentou, explicando que as eleições legislativas podem “alterar as dinâmicas instaladas” a nível local, por isso, 2024 “promete a vir a ser um ano de algumas mudanças também”.
O jornal ‘Mensageiro de Bragança’, semanário diocesano regionalista, foi fundado no dia 1 de janeiro de 1940.
CB
