Segundo painel abordou comunicação perante a deficiência ou em segundas uniões
Fátima, Santarém, 24 set 2015 (Ecclesia) – O painel “Família em comunicação” trouxe hoje às Jornadas Nacionais da Comunicação Social intervenientes que apresentaram a sua realidade a partir da profissão de médico psiquiatra, um casal de recasados e uns pais com uma filha com deficiência.
“O que Ana comunica é muito mais do que a dificuldade da comunicação”, explica Eugénia Magalhães sobre a filha adotada aos 2 anos e portadora de deficiência.
Para esta mãe, é preciso saber que quando se comunica “formando, educando” que pessoa se está “a formar, educar” e revela que com a Ana comunicam com “uma pessoa que é a linguagem do amor”.
"Só a linguagem do amor é capaz de superar a diferença", sublinhou.
Para Fernando Magalhães, seu marido, teria sido mais fácil optar por “desistir, desesperar e devolver”.
O diácono permanente na Paróquia de Alfragide, Lisboa, conta ainda que a filha tem uma vida normal, com um ministério na Igreja, é voluntária e recorda que nunca esquece o dia em que ela sorriu pela primeira vez.
‘Comunicação num segundo casamento’ foi o tema partilhado pelo casal Marília Monteiro Neto e Vitor Neto, que pertencem às equipas de Santa Isabel.
Marília Monteiro Neto começou por destacar que a história que o marido trouxe do anterior relacionamento “não é peso”, porque foi “importante” e a “fez aproximar e manter interesse”.
A jurista na Comissão da Carteira dos Jornalistas realçou a importância de “ser genuíno” e a necessidade de “perceber as diferenças” de comunicação entre homens e mulheres e sobre a comunicação com filhos testemunhou a “coerência” entre as ações e a palavra, e o ser genuíno.
Vitor Neto, que vive o seu segundo casamento, falou sobre comunicação no “casal com os outros” e “com a Igreja”, acrescentando que na comunicação “não há diferenças entre pessoas” porque existem “problemas”, independentemente dos intervenientes.
Como casal perceberam que na “vivência a dois e com Cristo” também precisam de ajuda, alguém que ajudasse a “refletir e rezar”.
“Pessoalmente nunca tinha descoberto algo que é fundamental a misericórdia de Deus”, acrescenta o médico ginecologista que depois da separação perdeu a “maior parte dos amigos”.
O psiquiatra José Gameiro falou por sua do processo de rutura de uma relação e construção de uma nova, a partir da sua experiência no acompanhamento destas pessoas, num trajeto "complexo”.
As Jornadas Nacionais de Comunicação Social com o tema “Comunicação e Família: Partilha de afetos”, terminam esta sexta-feira com uma conferência de D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a partir das 10h00, na Casa Domus Carmeli em Fátima.
CB/OC