Igreja/Media: Jornadas debatem aplicação de Inteligência Artificial «a toda a comunicação»

«É necessário que estejamos a par do que é o lado positivo, e o que será o lado menos positivo» – Isabel Figueiredo

Lisboa, 24 set 2024 (Ecclesia) – A diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, da Igreja Católica em Portugal, explicou hoje que as jornadas deste setor são centradas na Inteligência Artificial, alargando-se “a toda a comunicação”.

“A nossa ideia é abrir um bocadinho mais do que só o jornalismo e aplicá-lo a toda a comunicação, toda a comunicação social, e conseguir trazer a parte da criatividade, a parte da reflexão e a parte da ética, para além da formação, que procuramos que haja sempre”, disse Isabel Figueiredo, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Neste contexto, a conferência de abertura das Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2024, esta quinta-feira,  é sobre ‘Comunicação, criatividade e inteligência artificial’, e tem como oradora Francisca Seabra, CEO da agência de publicidade e de comunicação Burson.

“Vamos ter connosco a Francisca Seabra, que é uma excelente comunicadora e que nos quer precisamente abrir essa janela da criatividade e levar-nos a refletir sobre de que forma é que essa ferramenta pode ser utilizada em tudo quanto diga respeito à comunicação. Estou ansiosa e curiosa de saber o que é que a Francisca tem para nos dizer e tenho a certeza que vai ser muito útil”, desenvolveu.

As Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2024, com o tema ‘Jornalismo e Inteligência artificial’, decorrem esta quinta e sexta-feira, em Fátima, na Domus Carmeli, dos Carmelitas Descalços.

A diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais destacou também a participação da diretora do Instituto de Biótica da Universidade Católica Portuguesa, Mara de Sousa Freitas, para falar sobre “os desafios éticos” na Inteligência Artificial, e da jornalista Joana Beleza, do Expresso, que “tem dedicado muito do seu trabalho e da sua investigação” a este tema e vai falar de uma ‘carta de princípios éticos’ do semanário português.

Isabel Figueiredo considera que há “uma espécie de um receio da Inteligência Artificial”, mas também “a novidade e a vontade de ver” o que é que se consegue aproveitar e “como é que o trabalho é mais rentabilizado”, mas, depois, existem os problemas como “ter menos pessoas nas redações a trabalhar”, e como é que se consegue que” tudo seja trespassado pela humanidade de quem faz comunicação”.

A diretora do secretariado da Conferência Episcopal Portuguesa lembra que o Papa Francisco, “tão atento à questão da comunicação”, tem alertado “progressivamente para a responsabilidade de quem faz comunicação e de quem utiliza ou usufrui da comunicação”.

“Na questão da inteligência artificial, é precisamente necessário que todos estejamos a par do que é que é o lado positivo e o que é que será o lado menos positivo, ou como é que nós podemos transformar esta ferramenta, acima de tudo, num aspeto positivo do trabalho”, acrescentou Isabel Figueiredo, no Programa ECCLESIA, transmitido esta terça-feira, na RTP2.

As Jornadas Nacionais de Comunicação Social 2024 proporcionam também aos participantes uma parte mais prática, este ano, workshops com formadores do CENJOR – o Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas – sobre “Ferramentas da IA para o jornalismo”, onde os participantes “vão praticar a utilização da Inteligência Artificial na comunicação”.

A diretora do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais começou a entrevista a manifestar solidariedade a todos os bombeiros e a todas as pessoas que “são vítimas” dos incêndios dos últimos dias em Portugal, e também aos profissionais de Comunicação Social.

Do programa das Jornadas conta também uma homenagem ao padre António Rego, na tarde de sexta-feira, a partir das 15h00.

LS/CB/OC

 

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