Igreja/Media: Internet é novo ambiente pastoral

Especialistas debateram perspetivas e desafios para o setor

Fátima, Santarém 03 out 2013 (Ecclesia) – As Jornadas de Comunicação Social começaram com uma mesa-redonda com diferentes perspetivas académicas e pastorais que analisou a ‘Comunicação em rede: um novo ambiente pastoral’, com temas da mensagem para o 47.º dia mundial das comunicações sociais.

O padre Luís Miguel Figueiredo Rodrigues, da Diocese de Braga, com o subtema ‘O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual’, explicou que este virtual é um ambiente real para a pastoral.

“As pessoas tornam-se presentes na rede pelos gestos, pela palavra”, desenvolveu o interveniente, por isso, num ambiente digital que é um paradigma, os utilizadores são consumidores “ativos, livres” de ligarem/desligarem e de “reconfigurar a rede de uma forma clara”, acrescentou.

Hoje, no ambiente digital é “mais importante a partilha do que o conteúdo, o replicar”, mas a presença deve ser de “produtor e utilizador” para apresentar uma realidade concreta porque o “desafio como evangelizadores não está na atualização mas na virtualização da experiência de fé”.

O padre Américo Aguiar, vigário-geral da diocese do Porto e responsável pelo gabinete de comunicação, destacou que no continente digital vive-se “um caldo digital” porque existem os nativos digitais, os infoexcluídos e o meio-termo: “Quem se move neste continente espera sempre mais e devemos ter a sensibilidade de ir ao encontro de todos”.

O sacerdote considera a rede “uma cultura nova que coloca desafios à evangelização todos os dias” porque tal como a mulher que queria tocar no manto de Jesus “muitos internautas acreditam que com o clique também encontram todas as respostas”.

O padre Américo Aguiar desenvolve que a “presença” no ambiente digital “é fundamental” e é “preciso ter cuidado com a qualidade e a fidelidade das atualizações ou o cibernauta não volta”.

‘O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação’ foi a apresentação de Fernando Cassola Marques, investigador e responsável online da diocese de Aveiro, que revelou que este ambiente é “imprescindível para a comunicação” para “a mensagem chegar a mais pessoas”.

A presença da diocese de Aveiro na internet começou em 2000 e têm evoluído, “implementando-se em muitas plataformas, como a tv online, a presença nas redes sociais” ou um novo portal “com atualizações constantes, nova imagem gráfica e milhares de seguidores”.

Para o investigador, os projetos pastorais na rede devem ser realizados por profissionais, com “projetos estruturados e com carácter de permanência” e no ambiente digital devem “ser sinceros; estar presente; saber comunicar; dar feedback e manter um equilíbrio entre dar e receber”: “O lugar ao amadorismo nunca é bem visto”, frisou.

Fernando Ilharco, professor na Universidade Católica Portuguesa, desenvolveu ‘a palavra escrita aparece acompanhada por imagens e sons’ e explicou que há 2000 anos, as parábolas de Jesus são atuais.

“As parábolas como forma comunicacional conseguem imagens, reduzem o chamamento a outros estímulos, apela à reflexão e a uma conclusão”, desenvolve o docente.

Atualmente, regressa-se ao comunicar de “uma forma simples e captar a atenção”, é um “mundo diferente de Jesus mas outra vez imagético, através dos sentidos onde todos têm de comunicar”, acrescentou Fernando Ilharco.

Segundo o professor, “a Igreja sempre teve de comunicar ao longo de 2000 anos, com mudanças sucessivas na sua forma”.

CB

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