Igreja/Media: «Geração Z» portuguesa tem maior interesse por temas religiosos

Portugal está no «top 3» da Europa, segundo dados da rede global Aleteia.org

Fátima, 27 set 2018 (Ecclesia) – Um inédito estudo mundial sobre “social listening” nas redes sociais, promovido pela rede global Aleteia.org, revela que a chamada ‘geração Z’ portuguesa apresenta maior interesse por temas religiosos cristãos.

Segundo os dados que vão ser apresentados esta sexta-feira em Fátima, nas Jornadas de Comunicação Social e Digital, “4% das pessoas da geração Z interessam-se por temas religiosos cristãos”, um número que sobre para 10%, no caso de jovens portugueses (amostra de 1 milhão de perfis, em Portugal).

“Portugal é um caso extraordinário”, disse hoje à Agência ECCLESIA Jesús Colina, diretor editorial da Aleteia, que destaca a existência de sites religiosos de referência “mais fortes” do que noutros países.

O responsável explica que estes jovens portugueses têm “duas caraterísticas: um nível de educação mais elevado do que a média e interesse por questões sociais”.

Foram analisados os dados relativos a 540 milhões de perfis, através da sua presença no facebook e instagram.

O estudo sobre os interesses de jovens entre os 18 e os 25 anos coloca Portugal no 3.º lugar dos “jovens interessados em religião” na Europa, empatado com a Lituânia e Malta, apenas atrás da Itália e da Polónia.

“Partilhar conteúdos entre os jovens faz parte da sua vida”, observa Jesús Colina.

O estudo mundial sobre jovens que partilham a sua fé católica nas redes sociais e dos seus influenciadores assinala que aqueles têm um nível “superior” de sucesso académico e são mais comprometidos com “temas sociais e culturais”.

Entre os  grandes “influencers” dos valores em geral, o Papa Francisco é “o número 1”.

“O Papa é hoje o grande influenciador, na internet”, assinala Jesús Colina, destacando a mensagem “clara, simples, direta e autêntica” do pontífice.

Os jovens interessados em religião nas redes sociais são particularmente atentos às áreas da “cultura e arte”, do “entretenimento e desportos”, bem como pelas “organizações sociocaritativas”.

Já os principais interesses dos jovens que não interagem com publicações de teor religioso passam pelas “marcas” e pelo “divertimento”.

O estudo quer ser um contributo para a preparação do Sínodo dos Bispos (3-28 de outubro), no Vaticano, dedicado à pastoral juvenil e vocacional.

“As redes sociais são um lugar de encontro”, sustenta o diretor editorial da Aleteia, para quem é necessário falar menos e escutar mais.

“Temos de escutar, para ser relevantes para a vida dos jovens, para que encontrem nas redes sociais um lugar de evangelização”, precisa Jesús Colina.

O especialista sublinha a necessidade de oferecer aos responsáveis católicos “elementos objetivos” que permitam compreender o que os jovens procuram, “realmente”.

“Não se trata de meios de comunicação, de instrumentos para fazer propaganda, são ambientes de vida, ambientes de encontro”, observa, em relação às redes sociais, convidando a Igreja Católica a “fazer caminho de vida”, junto dos outros, a acompanhá-los sem “julgar, criticar”.

“Deus faz-se presente nas redes sociais, hoje em dia”, concluiu.

As Jornadas Nacionais de Comunicação Social e III Jornadas Práticas de Comunicação Digital, que se concluem hoje, são organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais e pela Rede Mundial de Oração do Papa, oferecendo conferências, workshops e debates com oradores de referência nas áreas da comunicação social e digital.

LFS/OC

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Agência ECCLESIA

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