Patriarca de Lisboa presidiu à Eucaristia no Mosteiro de Alcobaça, onde defendeu um jornalismo que «cria laços»
Alcobaça, 27 dez 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa afirmou hoje, em Alcobaça, que a imprensa regional desempenha um papel insubstituível na coesão das populações, comparando o jornal “Alcoa”, que celebra 80 anos, a um “cordão invisível” que mantém ligada a comunidade.
“O Jornal Alcoa não se limita a noticiar factos. Ele cria laços. Alimenta a relação com a terra, com as iniciativas, com as alegrias e as dores da sua gente”, declarou na homilia da Missa de ação de graças a que presidiu no Mosteiro de Alcobaça, coincidindo com a celebração da Sagrada Família.
Para o responsável católico, este jornalismo de proximidade é essencial para a identidade local e para a diáspora.
“Para os que permanecem, reforça o sentido de pertença; para os que partiram, torna-se quase um cordão invisível, que os mantém ligados à sua origem, fazendo chegar Alcobaça ao coração e trazendo os filhos de volta, ainda que à distância”, sublinhou, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
Estabelecendo um paralelo com a festa litúrgica da Sagrada Família, o patriarca de Lisboa apresentou a família como a “instância primordial da existência” e o modelo para uma comunicação autêntica.
“A família é, assim, o primeiro jornal da eternidade: o lugar onde a Boa Nova não é impressa em papel, mas gravada na carne e no coração”, afirmou.
D. Rui Valério sustentou que, tal como a família precisa de comunicação, a sociedade precisa de meios que promovam a comunhão e não apenas a informação, lembrando que “ninguém se salva sozinho”.
“Tudo isto nos conduz a uma convicção maior, que atravessa a liturgia de hoje: os outros são indispensáveis para cada um. Nem a pessoa, nem a família, nem a comunidade, nem um jornal que atravessa oitenta anos de história se sustentam sozinhos”, observou.
O patriarca desafiou a direção e os colaboradores do “Alcoa” a continuarem a trabalhar segundo uma “lógica de relação, de proximidade, de verdade e de serviço à pessoa humana”.
“Que saibamos, como o Alcoa, ser sempre uma seta indicativa para o Mistério de Deus, transformando a notícia em comunhão e o papel em fraternidade”, apelou.
A concluir a homilia, D. Rui Valério pediu a proteção divina para o futuro da publicação: “Pedimos à Sagrada Família que continue a ser a bússola de cada lar e a inspiração de cada página que escrevemos”.
OC
