Estes profissionais mostram “o que vai acontecendo” naquele território do interior do país

Guarda, 02 jun 2025 (Ecclesia) – O Bispo da Guarda, D. José Miguel Pereira, reuniu-se, na manhã desta segunda-feira (02 de junho), com jornalistas que operam naquela região e destacou o papel dos meios de comunicação social a nível local e regional, na forma como “mostram o que vai acontecendo”.
“Noto uma preocupação pelo que vai acontecendo e por noticiar as coisas locais e regionais”, disse D. José Miguel Pereira em relação ao trabalho realizado pelos profissionais da comunicação que operam no território da Diocese da Guarda, que abrange localidades dos distritos da Guarda, Castelo Branco e Coimbra.
Apesar de receber e folhear os jornais que são publicados na região, adiantou que não é “um leitor assíduo dos jornais regionais”.
O bispo da Guarda, ordenado a 16 de março deste ano, sublinha que “o interior é falado na altura das eleições, mas, depois, no dia-a-dia, não há essa atenção”.
Considerou que os meios de comunicação tentam “mostrar o que acontece” no interior do País, sem grande vitimização, ao contrário das “pessoas com responsabilidade”, que muitas vezes se queixam desta realidade.
Como exemplo apontou a falta de medidas diferenciadas lembrando que “as necessidades para aquecer um lar em Lisboa não são as mesmas para aquecer um lar aqui”.
Numa conversa com os jornalistas, à mesa de uma esplanada de café, no centro da cidade, o bispo da Guarda abordou temas como: a imprensa regional e a informação mais abrangente, nacional e mundial; o discurso do ódio e a pedagogia da tolerância; as diferenças ideológicas e políticas e a fraternidade universal; o discurso da interioridade e a visão mais ampla dos acontecimentos; a falta de padres e a necessidade de se avançar para comunidades mais alargadas e abrangentes para celebrar a fé; a pertença a Lisboa e a ligação familiar ao Fundão.
Confrontado que a falta de gente em “muitos lugares” da diocese, o Bispo da Guarda disse que “temos de ir ao encontro e aproveitar os sítios onde a vida acontece e semear aquilo que lhes dê horizonte e sentido”.
Num território marcado pelas distâncias, D. José Miguel Pereira considera que é preciso “dar alguns passos na estrutura diocesana e nas paróquias tendo em vista o trabalho em equipa” e acrescentou: “Estamos um pouco habituados a feudos”.
Na conversa com os jornalistas, o Bispo da Guarda disse que “há falta de párocos e há párocos que ainda são párocos com muita generosidade e muita entrega e muita dedicação e muita capacidade e alguma dificuldade e muita idade”.
Lembrou o papel dos leigos e dos diáconos na Igreja.
“Temos de potenciar a consciência de que há muitas formas de participação e cada um na sua condição”, adiantou.
Referiu que os diáconos não são para substituir o padre, mas para serem “animadores das realidades e da animação pastoral, porventura até fora das comunidades, porque eles têm entrada em áreas sociais onde o padre não tem como seja o trabalho, a empresa, a escola, a saúde, a família, onde eles estão presentes a título próprio”.
Este encontro do Bispo da Guarda com os jornalistas foi promovido pelo Departamento da Comunicação Social Diocesana no âmbito da celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais, que se assinalou no domingo, 1 de junho.
LFS