Igreja: Lisboa recebeu imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que o patriarca apresentou como «Mãe da esperança»

D. Rui Valério presidiu a Eucaristia, seguida de uma peregrinação das velas pelas ruas da cidade

Foto: Diogo Paiva Brandão/Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 14 out 2025 (Ecclesia) – A imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima chegou esta terça-feira a Lisboa, tendo sido recebida com uma Eucaristia presidida pelo patriarca que evocou a Virgem Maria como “Mãe da esperança”.

“Aqui, Maria revela-se verdadeiramente como a Mãe e a Senhora da esperança, aquela que nos indica a esperança por excelência da nossa vida, que é Jesus.”, afirmou D. Rui Valério, na Eucaristia na igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

A visita de Nossa Senhora a Lisboa, onde fica durante três dias, acontece com o tema ‘Com Maria, caminhamos na Esperança” e antecede a peregrinação da imagem peregrina a São Tomé e Príncipe, entre 15 de outubro e 5 de novembro.

Na homilia, D. Rui Valério convidou a assembleia a não temer quando na vida sentir que lhe “faltam as forças”, informa o Patriarcado de Lisboa.

Não desesperes. Maria, nossa Mãe na esperança, porque quando tu te sentires que caminhas na escuridão, aproxima-te, abre-te a Maria, que Ela conduzir-te-á à verdadeira Luz. E quando na vida tu sentires que andas preocupado, que tens medo, abre-te a Maria”, referiu.

No dia do 108º aniversário da última aparição de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos, D. Rui Valério estabeleceu um paralelismo com 1917, lembrando que “também então faltou algo de essencial” ao mundo e que “foi essa ausência que abriu a porta à intervenção da Virgem Santíssima”.

“O mundo foi como aquelas bodas de Caná. Sentiu a falta de algo essencial. Havia guerra, havia medo, havia solidão. Uma vez mais, como em Caná, foi esta falta que representou uma porta para que a Virgem Santíssima entrasse e interviesse”, salientou.

O patriarca de Lisboa sublinha que Maria “trouxe a esperança quando ensinou a rezar o terço todos os dias pela paz”: “Ela vinha dizer ao mundo que não estava condenado a permanecer nas trevas”.

D. Rui Valério partilhou ainda o testemunho da sua avó Júlia, presente na Cova da Iria no dia 13 de outubro de 1917, descrevendo o “milagre do sol”.

“Era um dia chuvoso, tremendamente chuvoso. Tanto que, as pessoas, na terra, se estacavam por aquela lama a fundo. As pessoas estavam repassadinhas integralmente. Mas depois o sol despontou mais forte, mais radiante do que nunca. As roupas começaram a enxugar e viu-se o milagre: o sol bailou”, contou.

O patriarca concluiu a homilia a sublinhar que Maria “aponta sempre para Jesus Cristo”.

“Foi pela Santíssima Virgem que o Filho de Deus veio ao mundo. É pela Santíssima Virgem que o mesmo Filho de Deus deve, no mundo, reinar. Essa presença de Jesus no mundo acontecerá se começar por acontecer dentro do teu coração”, assegurou.

No final da celebração, António Mucharreira, servita de Fátima e organizador da peregrinação, destacou o significado desta missão.

Foto: Diogo Paiva Brandão/Patriarcado de Lisboa

“Estava a pensar como seria bom o mundo do dia-a-dia se fosse como estes momentos que estamos aqui a viver, na paz, ao encontro desta Mãe que nos visita. (…) Este tempo também é d’Ela, invocado com o nome de Fátima. Na quarta-feira partimos para uma missão de 20 dias”, disse.

D. Rui Valério benzeu depois os terços que vão ser entregues às crianças de São Tomé e Príncipe, em particular na Paróquia da Virgem Peregrina, fortalecendo o carácter missionário da peregrinação de Maria pelo país africano.

Após a Eucaristia, seguiu-se a procissão das velas, pelas 21h45, que percorreu diversas avenidas próximas da igreja de Fátima.

LJ/OC

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