Responsáveis pelo Yad Vashem de Jerusalém reconhecem atividade do Papa italiano durante a II Guerra Mundial
Jerusalém, 02 jul 2012 (Ecclesia) – O memorial Yad Vashem de Jerusalém, que evoca as vítimas do Holocausto durante a II Guerra Mundial, modificou este domingo um texto que acusava o Papa Pio XII (1876-1958) não ter feito o suficiente pelos judeus.
O grupo de especialistas dedicado às atividades do Vaticano e do Papa Pio XII levou em consideração “as pesquisas realizadas nos últimos anos” e apresenta “uma imagem mais complexa do que anteriormente”, afirma a instituição num comunicado publicado na sua página na internet.
A legenda da fotografia de Pio XII refere que o mesmo teve posições ambíguas durante a II Guerra Mundial por, alegadamente, não ter denunciado “explicitamente” o antissemitismo e não ter protestado perante os ataques dos nazis contra os judeus.
O padre Peter Gumpel, postulador da causa de beatificação do Papa italiano, referiu à Rádio Vaticano que a modificação foi pedida por Martin Gilbert, que apresenta como o “maior estudioso” da Shoah.
O novo texto recorda a radiomensagem de Natal de 1942, na qual Pio XII recordou as “centenas de milhares de pessoas que sem culpa nenhuma da sua parte, às vezes só por motivos de nacionalidade ou raça, se veem destinadas à morte ou a um extermínio progressivo”.
Apesar de manter as críticas ao Papa, a legenda acrescenta referências à sua neutralidade e às ações da Igreja Católica que permitiram salvar do Holocausto “um número importante” de judeus.
Bento XVI visitou o mausoléu do Yad Vashem em maio de 2009, para “honrar a memória de milhões de judeus mortos na horrível tragédia da Shoah”.
O memorial oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto nos 22 campos de extermínio nazi foi estabelecido em 1953.
O texto sobre o Vaticano e Pio XII vai “manter-se em aberto”, indicam os responsáveis do museu.
OC