Francisco participa este mês de janeiro nas Jornadas Mundiais da Juventude no Panamá
Cidade do Vaticano, 07 jan 2019 (Ecclesia) – O Papa frisou hoje no Vaticano a importância dos governos e políticos apoiarem mais os jovens, perante flagelos como a pobreza e o desemprego, para que estes possam ser de facto “o futuro” da sociedade.
Numa audiência de apresentação de cumprimentos de Ano Novo, aos membros do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, Francisco salientou que “abrir as estradas do futuro constitui um dever da política” e, neste contexto, importa ter em conta a situação dos mais novos.
“É absolutamente necessário investir em iniciativas que permitam às próximas gerações construir um futuro, tendo a possibilidade de encontrar trabalho, formar uma família e criar filhos”, defendeu o Papa argentino, que entre 23 e 27 de janeiro vai estar no Panamá para participar na 34.ª Jornada Mundial da Juventude.
Uma iniciativa que será dedicada àqueles que “muitas vezes se sentem perdidos e sem certezas para o futuro”, sustentou.
Em relação aos desafios sociais que atingem os jovens e colocam em causa o seu futuro, Francisco destacou a questão do trabalho, para lembrar que se este “não for adequadamente tutelado, deixa de ser o meio pelo qual o homem se realiza, para se tornar uma forma moderna de escravidão”.
O Papa frisou a urgência de não permitir que “o crescente desenvolvimento tecnológico” ameace o acesso ao emprego nem faça “diminuir as garantias económicas e sociais dos trabalhadores”.
Neste sentido, fez votos de “que a Organização Internacional do Trabalho continue, livre de interesses parciais, a ser exemplo de diálogo e concertação para alcançar os seus altos objetivos”.
Para Francisco, é também fundamental prosseguir a luta contra “o flagelo do trabalho infantil e das novas formas de escravidão, a diminuição progressiva do valor dos salários, especialmente nos países desenvolvidos, e a persistente discriminação das mulheres nos ambientes laborais”.
Aqui no contexto feminino, o Papa não esqueceu “o flagelo dos abusos físicos e psicológicos” que hoje continuam a ser cometidos “contra as mulheres”, um pouco por todo o mundo.
“É urgente descobrir formas de relações justas e equilibradas, baseadas no respeito e reconhecimento mútuos, nas quais cada um possa expressar de maneira autêntica a sua identidade”, apontou Francisco, que alertou, no entanto, para o perigo que representa também “a promoção dalgumas formas de não-diferenciação” em voga na sociedade atual.
Um contexto que “arrisca-se a desnaturar o próprio ser homem ou mulher”, completou.
A Santa Sé mantém atualmente relações diplomáticas com 185 Estados, incluindo a Soberana Ordem Militar de Malta e a União Europeia.
JCP