Coordenador do livro «Não temos medo – reflexões sobre a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o caminho sinodal» afirma que jovens vão, nas celebrações do dia diocesano da juventude, reafirmar valores de «paz e fraternidade»
Porto, 24 nov 2023 (Ecclesia) – O jornalista Rui Saraiva acredita que os jovens vão responder com “alegria, paz e fraternidade” aos desafios colocados pela Igreja e convida-os a olhar para a “horizontalidade” da primeira sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos, que o Vaticano acolheu em outubro.
“A resposta a ser dada pelos jovens é manter a alegria, manter o registo de paz, fraternidade, de afirmação de valores fundamentais neste tempo histórico. Os jovens podem olhar para as mesas redondas, todas ao mesmo nível, sem existir uma definição de hierarquia e, percebendo esse esforço de «todos, todos, todos» serem chamados e incluídos, creio que está uma marca fundamental para que os jovens percebam qual o caminho da Igreja que os tem muito em conta e é este caminho de sinodalidade”, explica à Agência ECCLESIA.
O coordenador do livro ‘Não temos medo – reflexões sobre a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o caminho sinodal’, que apresenta 19 textos de diferentes autores que olham para a experiência em agosto e para o processo sinodal em curso na Igreja católica, reconhece um caminho de “horizontalidade” que tem vido a ser feito.
“Este livro procura ser um contributo neste sentido. Os jovens vão ser capazes disso, já desde o encontro de agosto que mostrou ser um exemplo inspirador para o que está já a acontecer”, acrescenta.
«Não temos medo – reflexões sobre a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e o caminho sinodal», da Paulinas editora, apresenta 17 reflexões de “pessoas muito diferentes entre si – três sacerdotes e duas religiosas, mas também políticos, professores universitários, jornalistas, profissionais liberais”, um prefácio de Paulo Portas e o posfácio do padre Paulo Terroso, da comissão de comunicação da secretaria-geral do Sínodo no Vaticano.
O coordenador da publicação, também correspondente do Vatican News em Portugal, indica que o livro quer apenas ser um entre “outros contributos” que, espera, venham a acontecer para continuar a “dialogar” quer sobre a JMJ Lisboa 2023 como do Sínodo em curso.
“É importante que haja espaços de diálogo, de encontro, lugares de sinodalidade. Os jovens querem viver a experiência da JMJ – viver em paz e fraternidade, de mãos dadas sem preocupações com hierarquias, lugares – eles queriam viver aquela experiência”, traduz.
Rui Saraiva explica que o título da obra, «Não temos medo», é apresentado sem pontuação para que cada leitor possa “inquietar-se” e contribuir para a reflexão.
“O livro parece uma resposta ao Papa, mas, pode significar uma inquietação. A frase não tem pontuação – poderia ter, mas não tem. O que perpassa na publicação é uma pluralidade de vozes e a necessidade de que é mesmo preciso fazer caminho e que este livro é apenas um meio. O objetivo é que possam surgir mais contributos – e este seja apenas o início de um processo a que se juntem mais vozes – sobretudo nesta fase entre a 1ª e a 2ª sessão em Roma. Se conseguirmos abrir um espaço o mais largo possível de vozes, teremos todos a ganhar muito e o processo sinodal, em Portugal, também”, avança.
A apresentação do livro vai servir de ponto de encontro e diálogo, no dia 29 no auditório da Universidade Católica Portuguesa, com a presença da médica Sílvia Monteiro e do enólogo Bento Amaral, dois autores participantes na edição, abordando a JMJ Lisboa 2023 e o caminho sinodal.
Rui Saraiva sublinha a importância de que consequentes encontros e o processo sinodal em curso possam ser uma “abertura ao mundo” e geradores de “espaços de convivialidade”.
“Após a 1ª assembleia do Sínodo o pedido foi feito formalmente às conferências episcopais, mas o povo de Deus é convidado a continuar a reflexão”, finaliza.
A conversa com Rui Saraiva vai estar em destaque no programa Ecclesia, na Antena 1, este sábado, às 6h.
LS