Igreja: Jesuítas reúnem-se em Roma para eleger responsável mundial

Congregação Geral acontece pela 36.ª vez em 476 anos de história, após renúncia do padre Adolfo Nicolás

Lisboa, 02 out 2016 (Ecclesia) – A Companhia de Jesus (Jesuítas) vai reunir-se a partir de segunda-feira, em Roma para a sua 36ª Congregação Geral (CG) para eleger um novo responsável mundial, após a renúncia do padre Adolfo Nicolás.

Hoje, antes dos trabalhos, celebra-se uma Missa de Abertura presidida pelo frei Bruno Cadoré, mestre-geral dos Dominicanos.

Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a Companhia de Jesus em Portugal informa que a 36.ª CG vai congregar 215 jesuítas de 62 países, responsáveis pela eleição de um novo superior geral.

As Congregações Gerais realizam-se quando é preciso eleger um novo superior geral ou quando o atual responsável mundial “necessita de tomar decisões importantes”; foi o padre Adolfo Nicolás que manifestou “vontade de renunciar ao cargo”, em 2014, e convocou a reunião magna para 2016.

“Mudaram os tempos e a Companhia de Jesus sabe que necessita de ousadia, imaginação e coragem para fazer frente à nossa missão como parte da grande Missão de Deus diante do nosso mundo”, comentou o sacerdote espanhol, hoje com 80 anos, que tinha sido “eleito vitaliciamente” em 2008, considerando que a 36.ª CG vai ser diferente das anteriores.

Neste contexto, o comunicado assinala que o logótipo da reunião do órgão máximo de governo dos Jesuítas inclui as palavras “remando mar adentro” inspiradas no discurso do Papa Francisco à companhia em 2014, nos 200 anos da restauração da ordem religiosa.

A 36.ª Congregação Geral da Companhia de Jesus tem como primeiro ponto de agenda a eleição do novo geral, que acontece por “uma maioria simples de 50%”.

Após ser eleito, o novo responsável mundial da Companhia de Jesus e ser dado conhecimento ao Papa Francisco – primeiro Papa jesuíta da história -, o nome do novo superior geral é anunciado publicamente.

O gabinete de comunicação dos Jesuítas em Portugal contextualiza que o pontífice argentino “conhece bem” o processo eletivo, dado que esteve presente como delegado na CG 32 e na seguinte.

Sem “data limite para o fim dos trabalhos”, os delegados da 36.ª Congregação Geral vão dedicar-se a outros temas como a missão do instituto religioso no contexto mundial e a organização interna para responder “melhor aos desafios atuais”.

“A Companhia de Jesus continuará a procurar colocar a sua experiencia nos campos da espiritualidade, educação, reflexão teológica, justiça social ao serviço de um mundo mais justo”, explicam os Jesuítas em Portugal.

A nível nacional são cerca de 160 jesuítas – em 13 comunidades presentes em 10 cidades – que vão estar representados em Roma pelo atual superior provincial, o padre José Frazão Correia, e o padre Miguel Almeida, que “acompanha os jesuítas mais novos na segunda etapa da sua formação”.

A Companhia de Jesus assinala que desde a fundação da ordem religiosa por Santo Inácio de Loiola, em 1540, ou seja, em 476 anos de história, esta vai ser a 36.ª reunião do órgão máximo de governo.

O comunicado destaca também que os Jesuítas são a ordem religiosa “mais numerosa” de sacerdotes e irmãos da Igreja Católica.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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