Igreja/Japão: Catedral de Osaka tem pároco português

Padre Nuno Lima assume desafio de «ir ao encontro» da diferença, num contexto plural

Foto: Arquidiocese de Osaka

Fátima, 17 jun 2024 (Ecclesia) – O padre Nuno Lima, missionário da Boa Nova, é o atual pároco na Catedral de Osaka, no Japão, um desafio que implica “ir ao encontro” da diferença, no contexto de uma sociedade plural.

“O trabalho é de ir ao encontro também, não só esperar que as pessoas venham a ter connosco, mas de ir ao encontro, ao encontro com o diferente, com as culturas, com as religiões”, disse à Agência ECCLESIA o sacerdote português, que participou na peregrinação da Sociedade Missionária da Boa Nova a Fátima.

A Catedral de Osaka fica no centro da cidade, junto ao castelo, um dos locais turísticos mais procurados, assumindo-se como um “sinal” da presença católica.

“Vai também nesse sentido de abertura àqueles que estão fora, e, portanto, no sentido do que o Papa Francisco vem dizer sobre uma Igreja em saída”, indica o missionário português.

Para o padre Nuno Lima, a presença católica no Japão, com menos de 1% da população, vai ao encontro do processo sinodal lançado pelo Papa.

“O facto de ser minoritária, num país tão populoso, uma presença tão pequena, ensina-nos a ter esta dimensão de fazer caminho em conjunto, e, portanto, por isso a sinodalidade”, precisa.

O missionário da Boa Nova serve a Arquidiocese de Osaka, integrando o clero local, e assumiu a missão de pároco da Catedral, que lhe foi confiada pelo cardeal D. Thomas Maeda.

“É como ser um pároco em qualquer paróquia do mundo. Há pessoas que vêm ao nosso encontro e nós tentamos fazer o melhor com elas”, refere, destacando a presença de muitos imigrantes, o que torna a comunidade católica “muito diversificada”.

Na Catedral de Osaka, por exemplo, são celebradas Missas em japonês, inglês, vietnamita e coreano.

Foto: Agência ECCLESIA/MC

O padre Nuno Lima sublinha que a tradição religiosa japonesa é “muito específica”, obrigando a uma atitude constante de “diálogo”, por parte de um missionário católico.

“Para haver diálogo é preciso, em primeiro lugar, escutar, e depois estar muito atento também àquilo que se pode dizer, que possa ser escutado”, indica.

A cidade de Osaka vai acolher a próxima Exposição Universal, de 13 de abril a 13 de outubro de 2025, sob o tema ‘Projetando a sociedade do futuro para as nossas vidas’.

O sacerdote português adianta que, com a tradicional presença do Vaticano nestes eventos, se vai procurar “estender algumas atividades” à Catedral arquidiocesana.

“A Igreja faz esta ligação entre pessoas, culturas, povos diferentes, na sua atividade quotidiana e, no fundo, pode transmitir esta imagem de que somos todos irmãos e irmãs”, observa.

A peregrinação nacional da Sociedade Missionária da Boa Nova decorreu entre sábado e domingo, com o tema ‘Servidores das Bem-Aventuranças’.

Fundada em 1930 pelo Papa Pio XI e formalmente erigida pela Carta Apostólica Suavi Sane (24 de outubro de 1932), a então Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas está hoje presente em Portugal, Moçambique (desde 1937), Brasil (desde 1970), Angola (desde 1970), Zâmbia (1980-2016) e Japão (desde 1998).

A Sociedade Missionária da Boa Nova é uma sociedade apostólica de direito pontifício, constituída por sacerdotes e irmãos leigos dedicados à evangelização e pastoral missionária ad gentes.

LS/OC

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