Igreja: Investigação a sacerdote acusado de crimes de abuso sexual é arquivada

«Não esperava outra coisa», afirma o padre Abel Maia diante da «ausência de indícios» que resulta da investigação do Ministério Público

Lisboa, 24 jul 2015 (Ecclesia) – O Ministério Público determinou o “arquivamento do processo de inquérito” ao padre Abel Maia, que “estava denunciado da prática de factos suscetíveis de integrar os crimes de abuso sexual de crianças e de atos sexuais com adolescente".

De acordo com um comunicado do Departamento de Investigação e Ação Penal da Comarca de Porto Este (Penafiel), “o inquérito teve origem em carta endereçada por outro padre da Igreja Católica à Diocese do Porto e por esta remetida ao Ministério Público em Novembro de 2014”.

“A investigação abarcou o percurso profissional do denunciado de 1992 a 1994, de 2001 a 2003 e de 2008 a 2014 e o arquivamento baseou-se, quanto aos dois primeiros períodos temporais, na extinção do procedimento criminal por prescrição, na ausência de qualquer queixa por parte de eventuais vítimas e na ausência de indícios de se terem verificado os factos denunciados, e quanto ao terceiro período, na ausência de indícios”, lê-se no documento publicado na página da internet da Procuradoria-Geral do Ministério Publico.

O comunicado acrescenta também que “foram ainda investigados factos suscetíveis de integrar o crime de aborto, também referidos na denúncia, não tendo igualmente sido recolhidos indícios da sua verificação”.

O padre Abel Maia congratula-se com a notícia do arquivamento da investigação sem que tenham sido encontrados quaisquer indícios de crime e diz que “não esperava outra coisa”, afirma em declarações à Renascença.

“Sempre declarei a minha inocência e sempre me reservei ao silêncio. É bom que eu comece a ter a paz de espírito que me falta há uns meses valentes, porque abalou com a minha dignidade, com o meu nome e com a minha personalidade. Eu sou padre”, refere.

Para o antigo pároco de Santa Eulália, em Fafe, o processo aconteceu por causa de uma “chantagem de um colega padre que vai buscar injúrias ou difamações, sem pés nem cabeça, para atingir os seus objetivos”.

“O padre Roberto, como eu e todos os padres, temos uma coisa sagrada que se chamada obediência-reverência. Obediência-reverência não é fazer o que quero, é fazer o que devo, ponto final”, sublinha.

À Renascença, o padre Abel Maia acrescenta ainda que na sequência do arquivamento da investigação, vai conversar com o seu advogado para defender o seu bom nome.

“Não se trata aqui de vanglória ou de chantagens, porque eu não vou por aí. Trata-se de chamarmos as coisas pelo nome e fazer as pessoas tomar consciência que há atitudes que ferem e que não se podem repetir”, concluiu.

Ao início da tarde desta sexta-feira, a Arquidiocese de Braga emitiu um comunicado onde comunica o acolhimento com "serenidade" a notícia do arquivamento e a aceitação do pedido "insistente" do padre Abel Maia de "se desligar dos trabalhos pastorais na comunidade paroquial de Santa Eulália até se sentir recuperado de toda a pressão social a que se viu sujeito durante cerca de um ano"

PR

(Notícia atualizada às 15h25)

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Agência ECCLESIA

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