Igreja: Institutos têm de ir ao encontro do «interesse» dos jovens pela vida religiosa

Coordenador de «estudo de mercado» no Ano da Vida Consagrada, que chega hoje ao fim, revela supresas

Lisboa, 02 fev 2016 (Ecclesia) – O Ano da Vida Consagrada, que chega hoje ao fim, mostrou que existe “interesse” por parte dos jovens portugueses nestes vários institutos e congregações católicas, revela o coordenador de um estudo sobre o tema.

Carlos Liz, especialista em estudos de mercados, revela à Agência ECCLESIA que a iniciativa partiu da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), que pediu ajuda à empresa IPSOS APEME para conhecer a opinião dos jovens.

“A Vida Consagrada tem ‘qualquer coisa’ de muito interessante, que apetece perceber melhor, porque é composta por esta ‘desrotina’, disponibilidade que as pessoas vão percebendo”, explica o responsável pela análise de 150 entrevistas mensais ao longo do último ano.

O estudo centrou-se na opinião de jovens dos 18 aos 34 anos, de todo o país, com posições diferentes face ao fenómeno do religioso e da Igreja, através de inquéritos online.

Das respostas surgiu a associação da Vida Consagrada às missões, “a total partida e despojamento”.

“Falamos de uma forma de ser e viver a religião que tem um outro encanto; há aqui alguma evidência empírica que apenas 4% dos jovens inquiridos diz coisas negativas da ideia que tem sobre a Vida Consagrada”, acrescenta Carlos Liz, numa entrevista publicada na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicada ao encerramento do ano da Vida Consagrada, lançado pelo Papa Francisco.

As conclusões, do ponto de vista da relação destes jovens adultos portugueses com estas temáticas ligadas a Igreja, mostraram um “interesse” que se revelou de forma “muito interessante e consistente”.

“Quando questionamos estes jovens ‘concretamente normais’ em que medida lhes interessa os temas do religioso ou do espiritual e o resultado era cerca de 72% que dizem que se interessam muito ou relativamente por estes temas”, precisa Carlos Liz.

Para este especialista, isso significa que existe “uma predisposição, uma procura, uma vontade de ouvir”.

Nesse sentido, os vários institutos de Vida Consagrada são chamados a partilhar a sua “experiência” de vida de maneira “significativa”.

“Uma das grandes lições que tiramos deste estudo é a força da personalidade de Francisco, que é uma pessoa concreta, que vem do fim do mundo, tão natural”, acrescenta o coordenador.

Carlos Liz deixa votos que de Ano da Vida Consagrada “não feche agora as suas portas administrativamente”.

“Vale a pena tirar o máximo partido deste estudo e insisto que a pior coisa que pode acontecer é ter um tema para dizer e ninguém querer saber, mas esta juventude quer”, conclui.

O Ano da Vida Vida Consagrada começou a 29 de novembro de 2014 por iniciativa do próprio Francisco, primeiro Papa jesuíta da história da Igreja, para celebrar com toda a Igreja o “dom” desta vocação e “reavivar” a sua “missão profética”, e conclui-se hoje, dia da festa litúrgica da Apresentação de Jesus.

SN/OC

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