Igreja: «Humildade e simplicidade», «olhar atento aos pobres» são marcas deixadas por D. António de Sousa Braga – Conferência Episcopal Portuguesa

Obra Católica das Migrações e Conferência dos Institutos Religiosos também recordam bispo emérito de Angra faleceu aos 81 anos

Lisboa, 22 ago 2022 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) recordou hoje o “exemplo de humildade e simplicidade”, de D. António de Sousa Braga, bispo emérito de Angra, bem como o seu “olhar atento aos mais pobres e descartados”.

“Entre nós permanecerá para sempre o seu exemplo de humildade e simplicidade, de bondade e bem, de proximidade e solidariedade, de forte sentido de oração e oblação, de serenidade e paz interior, de olhar atento aos mais pobres e descartados, de cuidado extremoso para com todos sem aceção”, evidencia uma nota de pesar da CEP enviada hoje à Agência ECCLESIA.

O comunicado sublinha ainda o “amor à Igreja e à Congregação, de vida de comunhão em Cristo e vida fraterna em comunidade, de vivência dos ventos novos do Concílio Vaticano II” e a “sintonia com o magistério da Igreja, de envolvência sinodal nas decisões tomadas ao serviço da sua Congregação e da Igreja, de dedicado empenho no âmbito da Conferência Episcopal”.

“Tudo isso, e muito mais, marcou a vida de D. António, não em belas teorias e princípios que bem conhecia e aprofundava, mas em intenso anúncio evangelizador e silencioso testemunho de vida”, sublinha.

A CEP afirma ter sido com “grande tristeza” que teve conhecimento do falecimento de D. António de Sousa Braga, bispo emérito de Angra, aos 81 anos.

António de Sousa Braga nasceu a 15 de março de 1941, na freguesia de Santo Espírito, ilha de Santa Maria, nos Açores, o quinto de 10 irmãos; terminada a escola primária, frequentou o 1.º e 2.º ciclos liceais de então no Colégio Missionário Sagrado Coração, no Funchal, e o 3.º no Instituto Missionário Sagrado Coração, em Coimbra, iniciando depois do tempo e noviciado, em Aveiro.

De 1962 a 1964, frequentaria o curso de filosofia em Monza e, após um estágio de vida religiosa em Portugal, frequentou, de 1966 a 1970, o curso de teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.

A 17 de maio de 1970, dia de Pentecostes, no contexto das celebrações dos seus 50 anos de ordenação sacerdotal, o Papa São Paulo VI ordenou 278 presbíteros originários de todos os continentes: entre eles o diácono dehoniano da já então Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, António de Sousa Braga.

“D. António Braga viveu profundamente as indicações de São Paulo VI na homilia da sua ordenação sacerdotal em 1970: um coração novo sempre jovem e alegre; um coração puro como o de uma criança, capaz de se entusiasmar e trepidar; um coração grande, forte e constante, quando necessário até ao sacrifício, um coração cuja felicidade é palpitar com o coração de Cristo e cumprir humilde e fielmente a vontade de Deus. D. António levou a peito este fecundo programa cordial ao longo da sua peregrinação terrena, assumindo o caminho de Cristo como o seu caminho, sendo servidor de todos por ser servo de Deus”, recorda ainda a nota da CEP.

“Rezamos para que D. António alcance com todos os santos a plena alegria do Reino do Coração de Jesus”, finaliza a nota da CEP.

A diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) recordou a “simpatia” e disponibilidade de D. António de Sousa Braga, manifestando as “mais sentidas condolências”, e “solidariedade na oração”, à Diocese de Angra e à família Dehoniana.

“A OCPM para além de todo o bem feito enquanto bispo agradece o serviço prestado, nomeadamente nas visitas pastorais à diáspora portuguesa enquanto foi vogal da Comissão Episcopal Migrações e Turismo,  de 1999 a 2005, vogal da Comissão  Episcopal da Mobilidade Humana, de 2007 a 2011, e enquanto bispo de Angra”, desenvolveu Eugénia Quaresma, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

A Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) exprimiu também um “voto de pesar pelo falecimento de D. António de Sousa Braga”, estendendo a familiares e confrades da congregação dos Dehonianos, “bem como à diocese de Angra” o voto de pesar, “a quem acompanhamos na oração”.

D. António de Sousa Braga foi bispo de Angra até 15 de março de 2016, quando, completados os 75 anos de idade, o Papa Francisco aceitaria o seu pedido de resignação, sucedendo-lhe no cargo Dom João Lavrador, desde 29 de setembro de 2015, bispo coadjutor com direito de sucessão.

Após a sua resignação, D. António de Sousa Braga quis voltar aos Sacerdotes do Coração de Jesus, ao Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, onde foi formador e superior da comunidade.

LS/CB

Notícia atualizada às 09h30 de 23.08.2022

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Agência ECCLESIA

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