Igreja/História: Projeto DIO 500, da Diocese de Angra, promove debate sobre «Património Religioso»

Angra do Heroísmo, Açores, 27 nov 2024 (Ecclesia) – A Diocese de Angra informa que o Projeto DIO 500 vai realizar um debate, intitulado ‘O Património Religioso e os seus agentes’, com quatro palestras, de hoje até sexta-feira, na ilha Terceira, em Angra, e na Praia.

“Procuramos que esta jornada seja um misto de aprendizagem e partilha de experiências sobre o que corre bem e o que corre menos bem na proteção dos bens culturais da Igreja através do conhecimento. O que verificamos no terreno é a inexistência de uma política de salvaguarda dos bens da Igreja desde os tempos mais remotos até à atualidade”, disse Susana Goulart Costa, a responsável pelo DIO 500, o projeto de investigação histórica e patrimonial da Diocese de Angra no âmbito da comemoração dos 500 anos desta Diocese (1534-2034), ao sítio online ‘Igreja Açores’.

Esta jornada formativa, segundo o programa enviado à Agência ECCLESIA, começa com Leonor Sá, a conservadora responsável do Museu da Polícia Judiciária que coordenou durante vários anos o projeto ‘Igreja Aberta-Igreja Segura’, que vai apresentar o tema ‘só protegemos quando valorizamos, só valorizamos se conhecermos: projetos do museu de polícia judiciária para a salvaguarda do património cultural português 1996–2024’, no dia 27 de novembro, às 20h00 locais (mais uma hora em Portugal continental), no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Angra do heroísmo.

A jornada formativa, nos dias 28 e 29 de novembro, realiza-se na Praia da Vitória, na igreja matriz da Praia, também a partir das 20h00: No primeiro dia o investigador Sérgio Pinto Ribeiro, do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa (UCP), fala sobre ‘os funcionários paroquiais do estado liberal na ilha Terceira (1833-1911)’, e Fátima Eusébio, diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, da Conferência Episcopal Portugal, apresenta ‘as dinâmicas de salvaguarda e fruição dos bens culturais: entre a cultura e o anúncio de uma Igreja viva’.

No terceiro e último dia da jornada ‘O Património Religioso e os seus agentes’, Leandro Ávila, do Centro de Humanidades da Universidade dos Açores – CHAM e Instituto Histórico da Ilha Terceira, apresenta ‘as confrarias devocionais do concelho da Praia: vínculos entre o espiritual e o temporal’, e Marta Bretão, conservadora-restauradora e professora no seminário diocesano, a ‘Conservação e restauro das pinturas quinhentistas de São João Batista e São Pedro, da Misericórdia da Praia’.

Segundo o programa, o dia 29 de novembro, termina com Susana Goulart Costa e Francisco Miguel Nogueira que vão refletir sobre ‘o roubo da arte religiosa na Terceira Oitocentista: desvios e penalizações’.

Este debate é uma parceria entre o CHAM, a Ouvidoria da Praia, o Instituto Histórico da Ilha Terceira e os Municípios de Angra e Praia, informa o portal online ‘Igreja Açores’.

A responsável pelo DIO 500 adianta que no próximo ano vão “a São Jorge, se tudo correr como está previsto”, depois desta passagem pelas “duas ouvidorias de Angra e Praia da Vitória” da ilha Terceira, e de já terem estado na Ouvidoria do Nordeste, na ilha de São Miguel.

“Descentrar e diversificar é o caminho que procuraremos trilhar através destes eventos em novembro, uma data simbólica porque foi a data de criação da Diocese de Angra (3 de novembro de 1534)”, acrescentou Susana Goulart Costa.

O Projecto DIO 500, da responsabilidade da diocese insular, está a elaborar a história religiosa dos Açores para as comemorações dos 500 anos da Diocese de Angra, em 2034, numa parceria com a Universidade dos Açores e a Universidade Católica Portuguesa (UCP), o protocolo de cooperação das três entidades foi assinado no dia 13 de março de 2023.

Esta iniciativa, da responsabilidade da Igreja visa contar a história religiosa das nove ilhas, profundamente marcadas pelo povoamento franciscano, desde a fundação da diocese em 1534 e o final do episcopado do 38º bispo de Angra, D. António de Sousa Braga, em 2016, informa o portal diocesano.

Estão a decorrer duas investigações no Arquivo da Mitra da Biblioteca e Arquivo Regional de Angra e em arquivos públicos e privados de Lisboa que têm documentação sobre a diocese, e vão também fazer uma investigação em Roma, nomeadamente no Arquivo do Vaticano.

O Projecto DIO 500 vai terminar com a criação de uma plataforma digital bilingue dedicada à história da Diocese de Angra,  onde se “vá dando conta do que se faz” e “disponibilizando textos e documentos que podem contribuir para o aumento do conhecimento sobre esta Igreja”, e à edição da obra ‘História Religiosa dos Açores’, em 2034.

CB

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Agência ECCLESIA

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