Igreja/História: Padres e leigos nunca desistiram de restaurar a Diocese de Leiria

Leiria, 18 mai 2018 (Ecclesia) – Durante o período em que a Diocese de Leiria esteve extinta (1882-1918), o clero daquele território “teve apoios relevantes, políticos e não só, que sempre estiveram irmanados com o desejo de devolver a Leiria” a restauração, disse, esta quinta-feira, à Agência ECCLESIA o historiador Saúl Gomes.

No congresso evocativo do centenário da restauração da Diocese de Leiria-Fátima que está a decorrer (de 17 a 19 deste mês) na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais em Leiria o historiador realça esta “conjugação de fatores” envolveu clérigos, leigos e intelectuais da época e “o esforço resulta de uma identidade e de uma consciência diocesana e de pertença histórica”.

“É impressionante ver como a Diocese de Leiria reage à extinção”, disse D. Carlos Azevedo, delegado com Conselho Pontifício para a Cultura (organismo da Santa Sé), que encontrou nos Arquivos do Vaticano um “processo de 170 páginas de recolha de assinaturas” onde se protesta contra a extinção.

O “governo liberal” tentou “economizar meios”, mas a extinção da Diocese de Leiria foi um “erro estratégico”, sublinhou D. Carlos Azevedo.

Neste processo até à restauração da diocese, 17 de janeiro de 1918, foi mesmo criado um jornal o «Mensageiro» que todas “as semanas lançava notícias” a defender a restauração “junto do Governo, Santa Sé e Nunciatura”, salientou o delegado com Conselho Pontifício para a Cultura.

A Diocese de Leiria-Fátima, que tem como padroeiros Santo Agostinho e Nossa Senhora de Fátima, foi criada, a pedido do rei D. João III, pelo Papa Paulo III, com a Bula Pro Excellenti, de 22 de maio de 1545.

Extinta por motivos políticos, a 04 de setembro, de 1882, foi restaurada por Bento XV, a 17 de janeiro de 1918.

Com esta data jubilar aproveitou-se “para fazer a história da diocese desta parcela da Igreja” que é “uma das primeiras dioceses do Portugal Moderno” disse Marco Daniel, diretor do Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima.

Para que a restauração fosse uma realidade, “muitas figuras locais de dentro dos muros da Igreja e fora dela” empenharam-se, reconhece Marco Daniel.

LFS

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