Patriarca de Lisboa afirma a necessidade de formação «existencial e teológica» para que «cristão» seja um substantivo
Lisboa, 18 out 2013 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa afirmou que tudo o que não é “tocado” pela experiência cristã deve ser considerado “antes de Cristo” e que “cristão” não é um adjetivo porque “não dá para tirar e pôr”.
“O que em nós ainda é antes de Cristo é o que precisa da formatação em Cristo e do conhecimento cada vez mais aprofundado da novidade de Cristo, para que a sua obra continue no mundo”, referiu D. Manuel Clemente na conferência de abertura das atividades do Instituto Diocesano de Formação Cristã (IDFC), esta quinta-feira.
Para D. Manuel Clemente “nada está garantido à partida” e quem quiser “seguir um caminho específico, como o do cristianismo, tem de fazer por isso”, o que só se consegue com uma aposta contínua na formação.
“A formação em sentido teológico e existencial é uma necessidade acrescida”, disse o patriarca de Lisboa que a entende não como um “acrescento” mas como “a base”.
“A formação não é um acrescento a qualquer coisa que se subentendia, mas a base para qualquer coisa que aconteça depois”, disse D. Manuel Clemente, na igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, clarificando que a aposta formativa deve entender-se não no sentido “livresco”, mas “teológico e existencial”.
Para o patriarca de Lisboa a formação cristã “é uma realidade teológica existencial e absoluta: nunca mais acaba, é uma realidade global”.
D. Manuel Clemente considera que só apostando na formação de todos os cristãos é possível “alargar no mundo o que há dois mil anos acontece e que para muitos ainda não aconteceu”.
“Para que o percurso seja autenticamente cristão, essa palavra tem de passar de adjetivo a substantivo”, sublinha D. Manuel Clemente
“Cristão não dá para adjetivo. Adjetivo é coisa de tirar e pôr”, disse o patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente afirmou que é possível “falar de Cristo como uma cultura, uma civilização, uma família”, mas sempre como “princípio novo de vida”.
“Muitos dos mal entendidos que temos vêm daqui: em se tomar ‘cristão’ e ‘cristã’ como adjetivo”, lembrou.
O patriarca de Lisboa disse na conferência de abertura das atividades do IDFC que é função deste organismo da Diocese de Lisboa “acolher, aproximar, potenciar” as iniciativas no âmbito formativo, referindo que a iniciativa é sempre do Espírito Santo.
D. Manuel Clemente recordou o Dia Mundial das Missões, que se assinala este domingo para afirmar que toda a formação cristã “é para a missão”.
“Não é para autoconsumo que se faz formação cristã. Se é cristã é para a missão. A descoberta de Cristo é o princípio da missão”, afirmou o patriarca de Lisboa.
De acordo com os estatutos, o IDFC “é uma instituição religiosa católica ao serviço da formação para a Missão, na Igreja de Lisboa” que funciona “tendo como eixo três grandes vertentes: coordenação e interligação; formação; estudo / avaliação”.
PR
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