Igreja: Francisco alerta para o «pão falso» que escraviza a humanidade

Papa presidiu à celebração do Corpo de Deus sem acompanhar procissão nas ruas de Roma

Roma, 19 jun 2014 (Ecclesia) – O Papa presidiu hoje em Roma à Missa da solenidade litúrgica do Corpo de Deus, diante da Basílica de São João de Latrão, e afirmou que a humanidade deve rejeitar o «pão falso» que a escraviza.

«Se olharmos à nossa volta, damos conta de que há muitas ofertas de alimento que não vêm do Senhor e que, aparentemente, satisfazem mais: alguns alimentam-se com o dinheiro, outros com o sucesso e a vaidade, outros com o poder e o orgulho, mas a comida que nos alimenta verdadeiramente e nos sacia é apenas a que o Senhor nos dá», disse Francisco, na homilia da celebração.

Perante milhares de pessoas, o Papa sustentou que «para lá da fome física, o homem traz em si outra fome, uma fome que não pode ser saciada com a comida vulgar», mas com o «corpo de Cristo».

«É uma fome de vida, fome de amor, fome de eternidade», precisou.

Francisco advertiu para a perda da memória da «intervenção de Deus», quando se chega a algum bem-estar.

«Sonhamos com outras comidas, como os judeus no deserto, os quais choravam pela carne e as cebolas que comiam no Egito, mas esqueciam que esses alimentos eram comidos na mesa da escravidão», realçou.

«Recuperemos a memória e aprendamos a reconhecer o pão falso que ilude e corrompe, porque é fruto do egoísmo, da autossuficiência e do pecado», acrescentou.

O Papa disse que na Eucaristia se comunica o «amor do Senhor», um amor «gratuito» que está sempre disponível para quem quer «recuperar as suas forças».

«Jesus, defende-nos da tentação do alimento mundano que nos torna escravos, a comida envenenada; purifica a nossa memória, para que não fique prisioneira na seletividade egoísta e mundana, mas seja memória viva da tua presença ao longo da história do teu povo, memória que se faz «memorial» do teu gesto de amor redentor», concluiu.

O Vaticano anunciou que o Papa abdicou de acompanhar a procissão eucarística nas ruas de Roma, até à Basílica de Santa Maria Maior, deslocando-se em carro fechado para este local, onde concederá a bênção solene.

Francisco decidiu não seguir nesta procissão no papamóvel para, «segundo o espírito da celebração», permitir que a atenção dos fiéis permaneça concentrada «no Santíssimo Sacramento exposto e levado em procissão».

OC

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Agência ECCLESIA

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