Reitor do Seminário Interdiocesano de São José destaca que significa «estar sempre em contacto com a realidade»
Lisboa, 29 ago 2022 (Ecclesia) – O padre António Jorge Almeida, secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, afirmou que “o Seminário procura, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, olhar 10 anos à frente”, no contexto do Simpósio do Clero que começa hoje, em Fátima.
“O Seminário procura, sobretudo a partir do Concílio Vaticano II, olhar 10 anos à frente. A formação de um futuro presbítero demora seis ou mais anos, formar 10 anos à frente significa estar sempre em contacto com a realidade”, disse em entrevista à Agência ECCLESIA.
O padre António Jorge Almeida, reitor do Seminário Interdiocesano de São José, em Braga, explicou que “dizer padre para este tempo é vasculhar, ler a realidade”, e entre os formadores “perscrutar” o que são as dificuldades, as leituras do acompanhamento dos jovens.
“Trata-se de, na formação, tendo em conta as dimensões da formação e o objetivo pastoral da mesma, encontrar aspetos, dimensões que seja preciso refletir entre todos”, acrescentou.
Segundo o secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, da Igreja Católica em Portugal, os temas que vão aparecendo “não são mais do que a repetição do primeiro tema: ‘Padres para este tempo’”.
“Se o tema avança e se formos dizendo este refrão ‘padres para este tempo’ naturalmente que as circunstâncias vão mudando, os temas vão mudando, o Seminário também tem de se mover. Também tem de ser um Seminário em saída no refrão do Papa”, desenvolveu.
O sacerdote da Diocese de Viseu, reitor do Seminário Interdiocesano de São José (Braga) e formador há muitos anos, realça que “o tempo da formação está sempre em mudança”, e cada ano é sempre muito diferente.
“Aqueles que pensam que o Seminário está sempre na mesma, o melhor é visitarem a experiência da formação para verem como cada ano, cada experiência comunitária, é diferente. Precisamente pelas provocações que nos chegam. Mas há sempre este contrabalançar entre o que é a realidade, com as suas tendências, os sonhos de mudança, mas também com os seus pesos e ideias, com o que são as informações, aquilo que é o apuramento da experiência da Igreja, a partir deste trabalho sinodal”, desenvolveu.
O secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios observa que, hoje, não bastam “só padres para a formação”, é preciso um conjunto de pessoas, técnicos das Ciências Humanas, que ajudem a que “cada pessoa se sinta resolvida no caminho”, para que possa depois deixar-se evangelizar, ser discípulo, “no sentido de uma configuração mais feliz”.
“Tudo que tenha a ver com a maturidade humana é objeto de estudo mas também de acompanhamento para que, depois, o Seminário não seja experiência de impermeabilidade que não permita a pessoa crescer em ordem ao sacerdócio. As ciências humanas estão cada vez mais presentes, adequando-as àquilo que é o espírito evangélico da formação e da pastoral da Igreja”, acrescentou.
O padre António Jorge Almeida lembra que o Sínodo dos Bispos dedicado à juventude, em 2018, com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, ajudou “bastante a construir aquilo que pode ser esse melhor acolhimento noSseminário”, com a exortação ‘Cristo Vive’ do Papa Francisco e o documento final.
O 10º Simpósio do Clero, com o tema ‘A identidade relacional e ministério sinodal do presbítero’, promovido pela Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, está a decorrer em Fátima, até dia 1 de setembro.
O padre António Jorge Almeida afirma que este encontro é “uma grande oportunidade” porque aqueles que vivem o ministério “podem também no seu testemunho, na sua busca de ser melhores padres, ajudar o Seminário a formar”.
HM/CB