Igreja: Formação humana é maior desafio dos Seminários

Diocese de Angra preparou subsídios para a Semana dos Seminários de 12 a 19 de novembro

Angra do Heroísmo, Açores, 11 nov 2017 (Ecclesia) – A formação humana é o maior desafio dos Seminários hoje, defende o responsável pela instituição de formação dos futuros sacerdotes nos Açores.

“A formação humana é o maior desafio de qualquer Seminário porque queremos pessoas ricas em humanidade, na capacidade de acolher, estar com as pessoas, ser humilde e servir”, afirmou o padre Hélder Alexandre, reitor do Seminário de Angra, à Agência ECCLESIA.

O responsável pela instituição diocesana sublinha o objetivo de formar rapazes “à imagem do Cristo Bom Pastor” e do papa Francisco, “nos gestos de acolhimento e no sorriso”.

Situado na ilha Terceira, o Seminário de Angra é atualmente habitado por 20 alunos e uma equipa de 12 elementos, potenciando uma “caminhada fraterna que une para ultrapassar a divisão geográfica das ilhas”.

As vocações nascem de comunidades concretas “com desafios próprios de jovens de hoje e as qualidades têm que se potenciadas sempre num discernimento sério para retirar elementos que podem não ser adequados ao Evangelho”, traduz o sacerdote sublinhando que o padre não pode ser “um homem fechado no seu mundo isolado”.

“A Igreja não pode estar assim fechada”, observa.

A Diocese de Angra foi responsável pela preparação dos subsídios que a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios disponibiliza para a Semana dos Seminários que a Igreja Católica assinala de 12 a 19 de novembro, este ano com o lema ‘Fazei o que Ele vos disser’, inspirado numa passagem do Evangelho, as bodas de Caná.

O responsável do Seminário diocesano, que coordenou o trabalho, dá conta de uma equipa plural que procurou, nesta oportunidade, mostrar o dinamismo e a diversidade insular.

“É um concretizar de um trabalho feito todos os anos, porque tendo em conta a diversidade e geografia da diocese, temos que nos deslocar de ilha em ilha”.

Para cada ilha está designado um delegado que acompanha a pastoral vocacional e os seminaristas são enviados em missão às paróquias onde “procuram testemunhar a sua vivência”.

Os seminaristas participaram na elaboração dos subsídios para a Semana dos Seminários bem como os serviços diocesanos da catequese, da pastoral juvenil e vocacional, os professores de Educação Moral e Religiosa Católica, contando ainda com uma equipa de design e um estúdio para gravação de música.

Estão disponíveis propostas de oração, cartazes, uma música, a mensagem do presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, D. António Augusto Azevedo, e outros subsídios que servem de suporte ao trabalho a realizar nas comunidades.

“Está prevista uma vigília de oração porque o segredo da pastoral vocacional é a oração. Não se pode medir a dimensão do trabalho neste sector. Este é um trabalho que se faz assim, devagarinho, como chuva miudinha”, indica o reitor do Seminário de Angra.

O Seminário Episcopal de Angra celebrou esta quinta-feira 155 anos e viveu o momento com uma Eucaristia de Ação de Graças, presidida pelo bispo diocesano, D. João Lavrador.

Os seminaristas em Portugal eram 547, entre diocesanos e religiosos, no ano 2000, e apenas 474 em 2012, o mínimo do século XXI; o número de candidatos voltou a crescer e em 2015 havia 551 seminaristas (diocesanos ou de ordens religiosas) em todo o país.

LS/OC

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