Igreja: Formação dos novos padres reforça atenção à realidade social e das comunidades, diz secretário da Comissão Episcopal do setor

Semana dos Seminários chega ao fim, com apelos à generosidade das comunidades católicas para garantir sustentabilidade das instituições

Lisboa, 08 nov 2020 (Ecclesia) – O secretário da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios (CEVM), da Igreja Católica em Portugal, disse que a formação dos novos padres está a reforçar a atenção à realidade social e das comunidades.

“Os seminários preocupam-se com a continuidade da formação, depois da formação inicial, e também as várias dimensões da formação: humana, espiritual, intelectual e pastoral”, refere o padre António Jorge Almeida, na entrevista conjunta à Renascença e Ecclesia, publicada e emitida semanalmente ao domingo.

Na conclusão da Semana dos Seminários, o sacerdote da Diocese de Viseu assume que a pandemia tem impacto nesse setor e que a questão financeira representa “um desafio grande”.

“A sustentabilidade dos Seminários, hoje – e da formação, concretamente – é muito delicada tendo em conta esses fatores”, sublinha.

O reitor do Seminário Interdiocesano – que em Braga reúne alunos das dioceses da Guarda, Lamego, Viseu e Bragança-Miranda – refere que a contribuição das comunidades para os Seminários pode sofrer quebras, por causa das “dificuldades económicas provocadas pela pandemia. Isso não é de admirar”.

“As dioceses e os Seminários são chamados a optar por uma gestão de recursos cada vez mais humilde e responsável. Esse é um fator muito importante na formação”, prossegue.

Hoje somos chamados a ajudar os seminaristas a aprender a lidar com as coisas do dinheiro, da economia, para futuramente serem capazes de ser responsável neste campo”.

O padre António Jorge Almeida fala do novo Plano Nacional de Formação, que as dioceses portuguesas estão a preparar, indicando que o Seminário “pode também ajudar na complementaridade à família, às paróquias, aos movimentos

“O próprio percurso da fé é hoje um percurso muito especial, porque corremos o risco de que cheguem aos seminários jovens que ainda não têm uma iniciação cristã solidificada”, aponta.

O responsável questiona o discurso de “crise” de vocações, admitindo que faltam “vocações presbiterais para a tradicional pastoral de manutenção”, mas sublinhando que, do ponto de vista católico, o chamamento é uma iniciativa de Deus e a Igreja tem a missão de ajudar as novas gerações a escutar esse apelo.

“Hoje a Igreja está chamada a ser muito criativa no acompanhamento das pessoas, porque está muito focalizada nas assembleias litúrgica, que estamos a tentar acolher e convocar com muito cuidado, segundo as normas, mas o campo pastoral é muito vasto”, assinala.

O secretário da CEVM fala da necessidade de “integrar regras” de segurança e higiene no dia a dia dos seminários, procurando encontrar “outras formas de realizar a vida comunitária no quotidiano”.

O padre António Jorge Almeida aborda ainda a preparação para a edição de 2013 da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, considerando que os próximos anos “terão de ser bem aproveitados do ponto de vista pastoral”.

Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

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