Departamento Nacional da Pastoral Familiar olha com «esperança» para o Sínodo que vai ter lugar entre 5 e 19 de outubro no Vaticano
Lisboa, 15 mai 2014 (Ecclesia) – O diretor do Departamento Nacional da Pastoral da Família (DNPF) considera que há muito trabalho a fazer no sentido de mudar uma sociedade que continua a ser “hostil” ao modelo de família proposto pela Igreja Católica.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a propósito do Dia Internacional da Família que hoje se assinala, Luís Lopes defende a importância de encontrar “outros modelos de desenvolvimento”, que deem “mais estabilidade” às pessoas sobretudo aos jovens, para “gerarem a sua família e serem mais fecundos para a sociedade”.
Aquele responsável destaca a necessidade de necessidade das estruturas eclesiais enveredarem “por uma pastoral mais profunda”, focada nas “gerações mais novas”.
A convocação, por parte do Vaticano, de um Sínodo dedicado aos “desafios pastorais sobre a família”, que vai ter lugar em Roma entre 5 e 19 de outubro, representa para Luís Lopes um sinal de “esperança”.
Outro motivo de alento é o trabalho que tem sido desenvolvido pelos bispos portugueses junto das comunidades, em conjunto com os secretariados e movimentos diocesanos, e os projetos que têm surgido ao nível das organizações da sociedade civil.
“Estão a acontecer muitas jornadas científicas, promovidas pelas universidades, por centros que se dedicam a estas questões da família. E creio que vai havendo uma reflexão de que alguma coisa tem de ser feita para guardar este modelo que a Igreja propõe, do casamento monogâmico, heterossexual, de aliança eterna, geradora de filhos”, sustenta.
Luís Lopes sublinha que os desafios pastorais da Igreja Católica não se reduzem à “crise” económica e aos efeitos que esta tem tido no orçamento e na vida quotidiana das famílias.
O diretor do DNPF dá como exemplo a influência que as “culturas mais urbanas, sofisticadas” ou os ambientes “digitais, virtuais” poderão ter no futuro do modelo familiar.
Se as pessoas estiveram “mais focadas noutras comodidades, na aquisição de bens, de serviços”, mais facilmente irão deixar de estar abertas à “criação desse bem riquíssimo que são as crianças e que é a família”, alerta.
Outro desafio é salvaguardar a população mais idosa, aqueles que são na sociedade guardiões da “tradição e sabedoria”.
Para Luís Lopes, a sucessiva redução de apoios dados aos mais velhos, em matéria de pensões e subsídios, representa como que “uma eutanásia disfarçada”.
“A Igreja tem chamado a atenção para isso e continuará a lutar e a chamar a atenção para isso, porque quem não ama o passado também não é capaz de amar o futuro”, conclui.
HM/JCP