Igreja/Família: D. Antonino Dias destaca verbos «acompanhar, discernir e integrar» na exortação do Papa

«Não adianta muito lutar por outros direitos se não existir o direito à vida»

Proença-a-Nova, Castelo Branco, 11 abr 2016 (Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco considera que a exortação pós-sinodal sobre a família do Papa acentua a “doutrina da Igreja” e destacou três verbos “muito importantes” – “acompanhar, discernir e integrar” -, nas Jornadas Arciprestais da Família em Proença-a-Nova.

“Este acompanhar, integrar e inserir penso que são três verbos de facto importantes e que hão de marcar a pastoral familiar nestes próximos tempos ou sempre”, observou D. Antonino Dias à Agência ECCLESIA.

O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família considera que uma pastoral de qualidade, “que é precisa neste momento”, tem de passar necessariamente por esses verbos.

“Como diz o Santo Padre, importa mais olhar para a realidade das própria famílias e a partir dai realizar a pastoral do que estar com discursos muito bem formalizados e não resultarem”, acrescentou.

No Centro Paroquial de Proença-a-Nova, D. Antonino Dias explicou que a família “não é só destinatária” da evangelização como tem de ser protagonista e “as famílias serem Igreja em saída”.

“Primeiro evangelizarem-se uns aos outros dentro de casa, o que é próprio de uma pequena igreja doméstica. Depois uma família em saída, uma igreja em saída, porque se as famílias não assumem a sua parte na evangelização dificilmente ela se fará”, alertou o prelado, que em 2015 participou na assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a família.

Na exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris laetitia’ (A Alegria do Amor), o Papa Francisco reforça a rejeição da Igreja em relação à eutanásia e ao aborto.

“Não posso olhar para isso de outra forma”, comenta o bispo de Portalegre-Castelo Branco, sublinhando que a “vida é dom de Deus e é um valor inestimável, inegociável” que é preciso “promover e não destruir”.

“Não adianta muito lutar por outros direitos se não existir o direito à vida que é a base essencial”, frisou.

Já sobre os casais separados e recasados, o prelado reforça as respostas de “inserção, acompanhar e integrar”.

“Fazer com que eles também, se têm possibilidade de sair da situação em que se encontram, de chegar à declaração de nulidade, se há razões para isso, que de facto aconteça e as pessoas aproximem-se dos tribunais eclesiásticos para que isso se resolva”, destacou.

O encontro arciprestal, com o tema ‘A Família – Fonte de Misericórdia’, foi organizado pelo Arciprestado da Sertã e o seu responsável, o diácono Álvaro Martins, considera a Igreja está a seguir o caminho da “proximidade, da humildade”, de cativar as pessoas, e procurar que “adquiram formação para compreenderem as situações novas” que lhes são apresentadas.

O casal Elsa e Ricardo Irédio, do Departamento Nacional da Pastoral Familiar, apresentou o tema ‘A Família – Fonte de Misericórdia e Ecos do Encontro Mundial das Famílias em Filadélfia’.

”O Papa é de facto um apaixonado pela família e sentimos isso no contacto direto com ele”, assinalou Elsa Irédio, destacando o “enfâse” no acompanhamento das famílias que começa “na infância, na juventude, no acompanhamento pré-matrimonial e especialmente logo a seguir ao matrimónio”.

Para Ricardo Irédio, às vezes, parece que “todos esperam poções mágicas” quando já existe documentação “suficientemente lata” para enquadrar a forma como se deve “responder aos problemas do dia de hoje e particularmente relativos à família”.

JCP/CB

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