Celebração do Dia Caritas 2009 lembra problemas decorrentes da actual crise financeira e económica O presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, considera que no nosso país se estão a agravar as “situações de pobreza e de precariedade do emprego”, afirmando que “paira o risco de uma implosão social”. Este responsável fala numa possível “perda da paz”, referindo que se “levanta um acicate para movimentos de restrição do regime democrático”. Na mensagem para o Dia da Caritas 2009, que se celebrará no próximo dia 15 de Março, o Bispo Auxiliar de Lisboa defende que “o agudizar de problemas sociais decorrentes da crise financeira e económica e resultantes de opções políticas erradas, algumas persistentes há décadas, exige uma leitura atenta, cuidadosa e profunda da realidade”. “Agravam-se as situações de pobreza e de precariedade do emprego, desaparecem oportunidades de emprego e cresce o desemprego com despedimentos massivos, seja por falta de viabilidade económica das empresas, seja por oportunismo lesivo dos trabalhadores”, elenca. D. Carlos Azevedo sublinha que a Cáritas tem vindo a desenvolver “um serviço de sensibilização para os reais problemas sociais, quer através de campanhas motivadas por situações urgentes, quer através de manutenção de equipamentos sociais, ou ainda através de ofertas de formação para agentes de pastoral social”. “As circunstâncias evidenciam as vantagens de uma implantação paroquial, inserida ou animando grupos de acção social paroquiais”, observa. Para este responsável, “o trabalho de animação local apela para as responsabilidades sociais dos cristãos e das comunidades cristãs, conduz à elaboração de propostas que possam chegar aos centros de decisão política e permitir a solução concreta dos problemas, sem muitas mediações perturbadoras da agilidade das respostas”. Explicando o tema escolhido para este ano, “Se não tiver caridade nada sou”, o presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social diz que “ter caridade é atender à amplitude dos problemas com suas incidências políticas, sindicais, empresariais e associativas”. Linhas de acção Este responsável indica que “a Cáritas está disponível para apoiar a criação e funcionamento de grupos de acção sócio-caritativos, representativos das diversas zonas da paróquia”, que tenham como objectivos conhecer os problemas sociais a partir das relações de proximidade e “intentar as respectivas soluções”. A nota pastoral aponta como linhas de acção para a Cáritas “viver a acção sócio-caritativa como parte essencial da acção evangelizadora e celebrativa da fé, colaborando na consciencialização de todos os membros da comunidade para uma coerência evangélica”. A organização católica é chamada a “apoiar e acompanhar grupos paroquiais de acção sócio-caritativa” e “exercer o amor pelos pobres unido ao compromisso com a implantação da justiça e a transformação libertadora dos males da sociedade, promovendo formação competente, discernimento das causas reinantes e interpelação das consciências”. Segundo D. Carlos Azevedo, a Cáritas tem a missão de “atender à fraternidade universal, rosto cristão da vida global, conjugada com a prontidão de real partilha de proximidade” e “promover o espírito de gratuidade e voluntariado, facilitando o crescimento espiritual, o trabalho em equipa e a eficaz coordenação dos meios e recursos”. Por último, fica o apelo a “encontrar soluções inovadoras para os problemas verificados pelo Núcleo de Observação Social (NOS)”. Notícias relacionadas • Mensagem para o Dia Cáritas