O sacerdote assinalava em 2010 o cinquentenário da sua ordenação
O Pe. Mariano Arroyo Merino, de 74 anos, morreu esfaqueado na madrugada de 13 de Julho. O assassinato ocorreu em Regla, Havana, capital de Cuba.
De acordo com fontes da arquidiocese, o cadáver foi encontrado pelos bombeiros, no seguimento do relato de uma testemunha que, durante a noite, avistou fumo a sair das instalações da comunidade de que o Pe. Arroyo era pároco. Aparentemente os atacantes esfaquearam o sacerdote, tendo mais tarde incendiado o seu corpo.
Nascido no ano de 1935 em Cabezón de la Sal, Espanha, o Pe. Arroyo foi ordenado presbítero em 1960.
A arquidiocese de Madrid, à qual o sacerdote estava juridicamente ligado, declarou que "o cardeal arcebispo, (…) Antonio Maria Rouco Varela, os seus bispos auxiliares e o clero diocesano, manifestam a sua profunda dor ante tão trágica perda, ao mesmo tempo que deploram as circunstâncias de sua morte".
"O Pe. Mariano Arroyo era um magnífico sacerdote, próximo dos pobres, homem profundamente religioso, entregue ao seu ministério, que deixou sempre uma profunda marca evangélica em todos os que o conheceram", afirmou o arcebispo de Madrid.
Por seu lado, o bispo de Santander, diocese em que o sacerdote nasceu, manifestou a sua profunda dor e a da sua diocese, bem como "o seu mais enérgico protesto". D. Vicente Jiménez, acrescentou que "nestes momentos tristes, une-se em dor humana, na oração e na esperança cristã, a toda sua família, amigos e à arquidiocese de São Cristóvão de Havana, onde exercia o seu ministério este bom sacerdote entregue ao serviço do Evangelho e dos mais pobres, frágeis e necessitados".
Uma vida entre Espanha, Chile e Cuba
O Pe. Arroyo partiu em 1962, como missionário, para Santiago, capital do Chile, onde ficou até 1968. Após uma permanência em Madrid, como pároco e formador do Seminário, regressou em 1980 àquele país do continente americano, para prestar serviço em várias paróquias da diocese de Copiapó.
Os 17 anos que passou no Chile foram evocados durante uma missa pelo seu eterno descanso que ocorreu no dia 13, na catedral de Copiapó. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano, D. Gaspar Quintana.
Em Cuba, o cardeal de Havana encomendou-lhe diversas tarefas pastorais: em 1998, pároco de Nossa Senhora do Pilar, e em Dezembro de 2004, reitor e pároco do Santuário Nacional de Nossa Senhora de Regla, onde permaneceu até à sua morte. Foi também assessor do Movimento de Trabalhadores Cristãos, bem como director do Instituto de ciências religiosas "Padre Félix Varela".
O sacerdote, que era licenciado em Filosofia e Teologia, e em Filosofia e Literatura, foi membro da Obra de Cooperação Sacerdotal Hispano-Americana.
Durante as suas estadias em dioceses da América Latina, colocou-se à disposição dos respectivos bispos, tendo-se sempre integrado no corpo de padres locais.
O Pe. Arroyo é o segundo sacerdote espanhol a ser assassinado em Cuba no espaço de cinco meses. Em Fevereiro deste ano, o corpo do Pe. Eduardo de la Fuente Serran, de 61 anos, foi encontrado esfaqueado e estrangulado numa região pouco frequentada dos arredores de Havana. Até hoje não se conhecem os resultados da investigação deste crime.
(Com Agências)
Foto: Investigadores da polícia deixam as instalações da paróquia onde o Pe. Arroyo foi assassinado.