Igreja/Ética: Padre Armindo Vaz propõe reflexão sobre novas tecnologias e o impacto no futuro

Biblista apresenta propostas de leitura, no Programa Ecclesia, na RTP2, para o tempo de férias

Lisboa, 09 ago 2024 (Ecclesia) – O padre Armindo Vaz, biblista, propõe como sugestão de leitura de férias, uma reflexão sobre as novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial, e a importância que vão ter no futuro, através do livro “Homo Deus – História Breve do Amanhã”.

O autor da obra é Yuval Noah Harari, judeu, historiador, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém que, segundo o entrevistado, mostra, no livro, a preocupação “com os caminhos que a humanidade percorrerá no futuro, graças ao seu desenvolvimento e às perspetivas a que chegou no presente”.

“E aí ele valoriza muito as novas tecnologias, especialmente a inteligência artificial, e chega a dizer que as novas tecnologias vão ter importância decisiva, mesmo na administração da justiça e em decisões éticas”, explica no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

A um dado momento, de acordo com o biblista, Yuval Noah Harari interroga “se o ser humano não vai ser o Deus de si próprio”.

“Através das novas tecnologias, não precisaria de Deus. O ser humano pode ser o Deus de si próprio. E isto é tremendo. Mas dá para meditar também. Dá para fazer uma reflexão”, destaca.

Do mesmo autor, o padre Armindo Vaz, professor Jubilado da Universidade Católica Portuguesa (UCP), sugere “21 Lições para o Século XXI”, de 2018, em que aborda o desafio tecnológico, com uma perspetiva positiva, mas deixa o aviso dos males que podem gerar também.

“É preciso estarmos atentos de maneira que as novas tecnologias não dominem o dominador que as gerou e produziu”, referiu.

Como terceira sugestão de leitura, o padre Armindo Vaz, apresenta o livro “Pequena Filocalia”, da Paulinas Editora, uma pequena síntese do “Grande Filocalia”, para quem tem “outras preocupações culturais e até mesmo religiosas e espirituais”.

“[A Filocalia] é uma coleção, uma coletânea de ditos dos padres do deserto, na Igreja, especialmente na Igreja Oriental, de grandes eremitas que viveram no deserto, outros não tanto, alguns até foram bispos, mas que foram escrevendo ditos, sentenças, frases que fazem pensar”, descreve.

Segundo o sacerdote, o livro tem a vantagem “de o leitor ler um dito, passar a meditar durante algum tempo na montanha, junto a um lago, na praia, medita no seu retiro e no remanso do silêncio”, e depois, dentro de algum tempo, lê mais um dito dos padres”.

“É uma leitura enriquecedora, que mostra as potencialidades enormes do ser humano, não só como inteligente e potencialmente sábio, mas também como capax Dei, como diria Santo Agostinho, capaz de Deus, capaz de captar a Deus, capaz de se transcender a si próprio e de subir até para o divino. Dessa maneira, potenciando muito mais o humano e as relações humanas. E isso é que é o importante”, sublinha.

A cada sexta-feira do mês de agosto, o Programa ECCLESIA convida os entrevistados a partilharem as sugestões de leitura para dias de férias, além da análise aos textos da Bíblia que são lidos nas missas de domingo.

PR/LJ

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