Em declarações aos jornalistas, D. Rui Valério reafirmou a possibilidade de indemnizar as vítimas de abuso
Lisboa, 05 set 2023 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa foi hoje recebido pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e por António Costa, primeiro ministro do Governo de Portugal.
Aos audiência de apresentação de cumprimentos realizaram-se no Parlamento português e na residência oficial do primeiro-ministro, no Palácio de São Bento.
D. Rui Valério tomou posse como 18º patriarca de Lisboa no último sábado, na catedral, e, o domingo, decorreu a Missa de entrada solene, no Mosteiro dos Jerónimos.
Em declarações aos jornalistas após a tomada de posse, o novo patriarca afirmou a sua solidariedade para com as vítimas de abuso, disse que acredita na sua “cura total” e que quer ser “um bispo da estrada”.
“Vou dar à Igreja de Lisboa o que tenho dado sempre ao longo da minha vida sacerdotal e depois como bispo: a minha presença, a minha proximidade. Vou ser um bispo da estrada, um bispo da rua, um bispo junto das pessoas. E é nessa ótica que vou concretizar e alinhar a minha ação”, disse D. Rui Valério.
D. Rui Manuel Sousa Valério tem 58 anos de idade e é natural da Urgueira, no Concelho de Ourém, contando no seu percurso com vários anos de serviço junto das forças militares, sendo desde 2018 bispo da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança; membro da congregação dos Padres Monfortinos, foi ordenado sacerdote a 23 de março de 1991, em Fátima.
Questionado sobre o momento em que assume a liderança do Patriarcado de Lisboa, D. Rui Valério disse que toma posse “na fase em que a esperança está mais viva na Igreja em Portugal”.
“Se estamos a falar das vítimas, é uma palavra de esperança que lhes quero deixar. Depois da solidariedade, depois da minha presença, depois da sua centralidade, a palavra a dar-lhes é esperança”, referiu o novo patriarca de Lisboa a respeito das vítimas de abuso.
Em declarações aos jornalistas, D. Rui Valério reafirmou a possível necessidade da Igreja Católica indemnizar as vítimas de abuso, referindo que há uma “constância” na abordagem desta problemática por parte do episcopado.
“Se a indemnização monetária for um apoio para que a pessoa se sinta restituída na integralidade da sua condição de ser humano, na sua capacidade de reconstruir a sua vida, temos de passar por esse caminho”, afirmou.
PR