Igreja/Estado: Governo Regional dos Açores recorda «ligação muito próxima» entre D. António de Sousa Braga e «o povo de todas as ilhas»

Manifestações de pesar também chegaram da Assembleia Legislativa dos Açores e da Câmara de Vila do Porto, que decretou três dias de luto municipal

Foto Câmara de Ponta Delgada; D. António de Sousa Braga e José Manuel Bolieiro (arquivo, 21 de março 2016)

 

Ponta Delgada, Açores, 23 ago 202 (Ecclesia) – O presidente do Governo Regional dos Açores lamentou hoje o falecimento do bispo emérito de Angra, D. António de Sousa Braga, e recorda a “ligação muito próxima” que tinha com “o povo de todas as ilhas” do arquipélago.

“O seu desaparecimento deixa a Igreja mais empobrecida e também os Açores”, refere José Manuel Bolieiro, numa nota publicada na página oficial do Governo Regional do Açores.

O responsável político recorda que a “ligação muito próxima” entre D. António de Sousa Braga, bispo natural dos Açores, e “o povo de todas as ilhas” do arquipélago.

D. António de Sousa Braga, bispo emérito de Angra, faleceu esta segunda-feira, dia 22 de agosto, em Lisboa, aos 81 anos de idade, na clínica onde fazia tratamentos diários, na sequência de uma paragem cardio-respiratória.

“É um momento de grande consternação”, acrescenta o presidente do Governo Regional dos Açores, que apresenta condolências à família, aos próximos, e a todos os que privaram com o bispo.

O presidente da Assembleia Legislativa dos Açores também manifestou hoje pesar pela morte do bispo emérito de Angra lembrando que deixa uma marca e legado de “proximidade, humildade e simplicidade”, que “deve servir de exemplo e inspiração”,

“Foi com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento do nosso bispo emérito”, partilhou Luís Garcia, citado em nota de imprensa, informa o portal diocesano ‘Igreja Açores’.

Em 2016, a Assembleia Legislativa e o Governo Regional dos Açores atribuíram a Insígnia Autonómica de Reconhecimento ao bispo emérito de Angra, “pelo seu serviço e entrega à comunidade”.

As celebrações fúnebres de D. António de Sousa Braga começam esta terça-feira, a partir das 19h00, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima (Alfragide), em Lisboa, informa a província portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos).

Esta quarta-feira, a Missa exequial começa às 16h00, na igreja Paroquial de Alfragide, presidida por D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal, e no dia seguinte, o corpo de D. António Braga será levado para a Ilha de Santa Maria e “ficará sepultado no cemitério da freguesia de Santo Espírito”, de onde era natural.

A Câmara de Vila do Porto, na ilha Santa Maria, decretou três dias de luto municipal pelo falecimento de D. António de Sousa Braga, num despacho publicado hoje pela presidente da autarquia, que manifesta “profunda consternação”.

“No dias 23, 24 e 25 de agosto de 2022, com a inerente colocação a meia haste da bandeia do Município de Vila do porto, recomendando ademais às freguesias do município que, através das juntas, procedam de igual modo relativamente às suas bandeiras”, indica Bárbara Pereira Chaves, na informação divulgada no sítio online do município.

António de Sousa Braga nasceu a 15 de março de 1941, na freguesia de Santo Espírito, ilha de Santa Maria, nos Açores, o quinto de 10 irmãos; terminada a escola primária, frequentou o 1.º e 2.º ciclos liceais de então no Colégio Missionário Sagrado Coração, no Funchal, e o 3.º no Instituto Missionário Sagrado Coração, em Coimbra, iniciando depois do tempo e noviciado, em Aveiro.

De 1962 a 1964, frequentaria o curso de filosofia em Monza e, após um estágio de vida religiosa em Portugal, frequentou, de 1966 a 1970, o curso de teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.

A 17 de maio de 1970, dia de Pentecostes, no contexto das celebrações dos seus 50 anos de ordenação sacerdotal, o Papa São Paulo VI ordenou 278 presbíteros originários de todos os continentes: entre eles o diácono dehoniano da já então Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, António de Sousa Braga.

Após ter colaborado na formação de jovens religiosos, no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, foi eleito Superior Provincial dos Sacerdotes do Coração de Jesus em 1976, quando tinha 35 anos, por dois mandatos.

A partir de 1983, o trabalho do padre Braga passa pela formação e a paróquia em Alfragide até ser nomeado conselheiro no governo geral dos dehonianos, em maio de 1991

A 9 de abril de 1996, o Papa São João Paulo II chamou-o ao episcopado, nomeando-o 38.º bispo de Angra, nos Açores, onde foi ordenado bispo no dia 30 de junho de 1996, na Sé de Angra, por D. Aurélio Granada Escudeiro, a quem sucedia.

D. António de Sousa Braga foi bispo de Angra até 15 de março de 2016, quando, completados os 75 anos de idade, o Papa Francisco aceitaria o seu pedido de resignação, sucedendo-lhe no cargo D. João Lavrador, desde 29 de setembro de 2015, bispo coadjutor com direito de sucessão.

Após a sua resignação, D. António de Sousa Braga quis voltar aos Sacerdotes do Coração de Jesus, ao Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, onde foi formador e superior da comunidade.

CB

Notícia atualizada às 17h49

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Agência ECCLESIA

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