«Uma igreja aberta é muito mais visitável do que qualquer posto de turismo ou qualquer outra atração» – Padre Miguel Neto
Faro, 30 dez 2021 (Ecclesia) – A Diocese do Algarve assinou um Acordo de Cooperação para a dinamização do turismo religioso, que possibilita a abertura das igrejas no sotavento e promove a empregabilidade de pessoas portadoras de deficiência e com dificuldades de integração no trabalho.
“Temos obrigatoriamente que nos unir na realização da missão que nos compete a todos: Promover, valorizar e dar a conhecer o testemunho que nos legaram as populações algarvias ao longo de séculos e que está condensada nas suas igrejas”, disse o bispo do Algarve, esta quarta-feira, na igreja matriz de Vila Real de Santo António.
Na informação divulgada pelo jornal diocesano ‘Folha do Domingo’, D. Manuel Quintas desejou que o projeto de “grande importância” passe “de pioneiro a timoneiro”, e seja celebrado noutras zonas do Algarve.
As paróquias que vão fazer parte deste projeto-piloto são Alcoutim, Azinhal, Cacela, Cachopo, Castro Marim, Odeleite, Santa Maria e Santiago de Tavira e Vila Real de Santo António, e vai ser constituída uma Comissão Técnica de Acompanhamento.
O Acordo de Cooperação para a dinamização do turismo religioso foi assinado entre a Diocese do Algarve e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), a Região de Turismo do Algarve (RTA) e o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
O coordenador do Setor Diocesano da Pastoral do Turismo (SDPT), que representou a Diocese do Algarve, disse que este acordo poder ser uma “rampa de lançamento para uma rota turística da identidade cristã e religiosa”.
“Não podemos ‘vender’ só praia, dieta mediterrânica, bons restaurantes, esquecendo a vertente religiosa”, afirmou o padre Miguel Neto, observando que um dos objetivos desta iniciativa é “combater a sazonalidade e as assimetrias geográficas”.
Segundo o sacerdote, que destacou também a importância “para os residentes ter a igreja aberta”, a região algarvia “respira identidade cristã”, foi a “porta de entrada para o Cristianismo em Portugal e uma das portas de entrada na Península Ibérica”.
“Uma igreja aberta é muito mais visitável do que qualquer posto de turismo ou qualquer outra atração”, afirmou o padre Miguel Neto.
O presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, sublinhou a necessidade de “diversificar a oferta turística”, em “apostar na sua identidade”, e “gerar novas motivações” de visita que não estejam tão dependentes da sazonalidade.
O Acordo de Cooperação vai também promover a empregabilidade de pessoas portadoras de deficiência e com dificuldades de integração no trabalho no sotavento algarvio, e o representante da Delegação Regional do Algarve do IEFP, António Palma, anunciou que vai abranger 40 pessoas, a quem vão dar formação.
“É necessário colocar o que a Igreja tem ao serviço da sociedade civil, nem que seja para melhorar as condições das pessoas, para a criação de emprego e de postos de trabalho diretos e indiretos”, assinalou o padre Miguel Neto, coordenador do Setor Diocesano da Pastoral do Turismo do Algarve.
O jornal ‘Folha do Domingo’, da Diocese do Algarve, informa que o presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Álvaro Araújo, uma dos municípios envolvidos no acordo, também esteve presente e a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, e a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, enviaram mensagens.
CB/OC