Encontro realiza-se este sábado, em Lisboa
Coimbra, 23 nov 2017 (Ecclesia) – O secretário-geral da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) afirmou hoje que o ensino privado está a viver um “momento bastante difícil” e tem de procurar “possíveis soluções para problemas atuais”.
“A Escola Católica tem larguíssima tradição e precisamos de a afirmar junto da sociedade portuguesa”, referiu Jorge Cotovio em declarações à Agência ECCLESIA.
O responsável falava sobre as primeiras jornadas das Escolas Católicas, intituladas ‘Um presente com Futuro’, promovidas pela APEC, este sábado, entre 09h00 e as 17h45, no Colégio São João de Brito, em Lisboa.
Segundo o secretário-geral da APEC são “muitas as preocupações” num contexto politico e social que é “um pouco adverso ao ensino privado em geral”, sendo a principal a “diminuição drástica” do financiamento através dos contratos de associação.
“As escolas católicas sofrem mais porque, por natureza, deviam ser abertas a todas as pessoas e deviam proporcionar o ensino gratuito. Desde há dois anos que há uma limitação muito grande no financiamento das escolas com contratos de associação”, desenvolveu.
Neste contexto, adianta que tinham 29 escolas com contrato de associação e, agora, são 25 escolas porque as restantes “não aguentaram o funcionamento sem este financiamento do Estado”.
O encerramento das escolas, acrescenta Jorge Cotovio, “acarreta imensos problemas” a começar pelos funcionários docentes e não docentes, “os alunos foram reencaminhados para zonas muito mais afastadas da residência” e “é também menos uma oportunidade que a Igreja tem de evangelizar”.
“Eram escolas abertas a todas as classes sociais e situadas em zonas rurais ou semirrurais. A Escola Católica ficando limitada no financiamento fica vedado praticamente às pessoas com menos disponibilidade económica aceder à nossa educação cristã”, realça.
Para o secretário-geral “é importante” as instituições de ensino católicas terem um encontro “mais marcante” depois do congresso que realizaram em 2004.
A organização ainda está à espera que o primeiro-ministro, António Costa, confirme se vai estar presente nas jornadas, ou outro membro do Governo português porque será “muito relevante”.
Segundo Jorge Cotovio era uma forma de respeitar as Escolas Católicas e “reconhecer” a sua ação no “desenvolvido da educação nacional” ao longo da história e era uma oportunidade de ouvir “as preocupações” e dar “algumas pistas de solução” aos problemas.
“Vamos fazer chegar as nossas conclusões de outro modo”, observa.
O programa das jornadas tem três temáticas centrais que são as “principais preocupações” neste momento: ‘A escola católica, na fidelidade às suas origens’, que vai ser apresentado por D. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé; ‘A escola católica, uma necessidade ou um luxo?’.
Para o terceiro tema, ‘Uma escola católica aberta a todos – desafios e (novos) caminhos’, a APEC convidou oradores de diversas realidades, “até fora do contexto educativo”, para partilharem “conselhos e recomendações”.
Neste momento a Associação Portuguesa de Escolas Católicas tem cerca de 250 pessoas inscritas e perto de meia centena de escolas para as jornadas onde também vai ser lida uma mensagem do Papa Francisco.
“É motivo de alegria e estimulo para não desistirmos perante as dificuldades”, concluiu Jorge Cotovio.
CB/OC