Igreja/Ensino: Papel da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica é ajudar os alunos «a perceber o que é que liga tudo»

«E o que liga tudo é a pessoa, e o que liga tudo é a missão da pessoa, são os valores da pessoa» – D. António Augusto Azevedo

Foto: Agência ECCLESIA

Fátima, 30 abr 2025 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, da Conferência Episcopal Portuguesa, afirmou que o papel da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) é ajudar os alunos “a perceber o que é que liga tudo”.

“A preocupação é que esta disciplina, no conjunto do projeto educativo, seja no primeiro ciclo, seja nos ciclos subsequentes, seja uma disciplina que procura cruzar um pouco, ir um pouco mais fundo nos temas essenciais e ajude também os alunos, que abordam muitas matérias da área de letras, ciências, movimento científico, a cruzar esses conhecimentos, para perceber o que é que é mais importante”, disse D. António Augusto Azevedo, esta quarta-feira, dia 30 de abril, em declarações à Agência ECCLESIA, em Fátima.

O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé explica que o papel da disciplina de EMRC “não é propriamente transmitir conhecimentos novos”, a Escola está “um bocadinho virada para aí, mas ajudá-los a perceber o que é que liga tudo”.

“E o que liga tudo é a pessoa, e o que liga tudo é a missão da pessoa, são os valores da pessoa. E esse cruzamento, essa ligação, essa capacidade de religar tudo é que é importante na educação, que hoje está muito setorizada, muito despartilhada”, desenvolveu o também bispo de Vila Real.

“E a Educação Moral e Religiosa Católica tem esse grande papel na nossa escola, pública, também privada, muito mais ainda nas escolas ligadas à Igreja”, acrescentou o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, no 23.º Encontro Nacional de EMRC para os alunos do 1.º Ciclo.

Sobre os desafios que um professor de EMRC enfrenta, António Pinto destaca que não se podem “queixar da falta de alunos” no Agrupamento de Escolas de Mondim de Basto: “o grande problema é pela quantidade de solicitações” que os estudantes têm e “há um bocado de indiferença”, muitas solicitações das redes sociais, de outros colegas.

“E esta marca da Educação Moral é importante nesse sentido, que não é tanto faz. Nós temos uma identidade e a disciplina diz que é possível, e eu penso que é isso que nós temos que levar”, acrescentou, sobre a “dificuldade” que também estão a encontrar nas aulas.

Professor há 30 anos, a pandemia Covid-19 “veio trazer alguma indiferença”, um deixar algumas tradições, alguns costumes, e foi preciso recomeçar”, sendo, na sua opinião, também necessário “voltar a deixar as redes”.

“Eu sou também professor de Informática, de TIC, dou formação a professores de educação moral. Fui embaixador digital do Ministério da Educação, e estou a dizer aos alunos ‘tirem os telemóveis, conversem olhos nos olhos, olhem para o rosto dos vossos colegas, olhem para o rosto dos vossos professores, conversem, encontrem-se novamente’”, desenvolveu António Pinto, professor em Mondim de Basto.

Mais de 4 mil pessoas de 69 agrupamentos escolares participaram no 23.º Encontro Nacional da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica para alunos do 1.º Ciclo, realizado esta quarta-feira, com o tema ‘Com a EMRC, somos semeadores de Esperança!’, no Santuário de Fátima, numa iniciativa do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), através do Departamento Nacional da EMRC.

A lei prevê a oferta obrigatória da disciplina curricular de Educação Moral e Religiosa Católica do Ensino Básico ao Secundário, e também dos cursos profissionais desde que passou a integrar as suas matrizes no ano letivo 2019/2020 (Decreto-Lei nº 55/2018, de 6 de julho).

A Concordata assinada em 2004 entre Portugal e a Santa Sé consagra a existência da disciplina de EMRC, sendo os professores propostos pelos bispos, nomeados pelo Estado e pagos pela tutela; é uma componente do currículo nacional, de oferta obrigatória por parte dos estabelecimentos de ensino e de frequência facultativa.

LJ/CB/PR

 

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