Igreja/Ensino: «Escolas Católicas são parte central da missão da Igreja», afirmou presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã

D. António Augusto Azevedo lembrou que «a Escola Católica não pode ser um bunker»

Fátima, 01 jul 2025 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), dos bispos católicos de Portugal, afirmou hoje que “as Escolas Católicas são parte central da missão da Igreja”, na 2.ª jornada destas instituições, em Fátima.

“[A escola católica] não é algo acessório ou secundário, mas parte essencial da ação e missão da Igreja; uma expressão concreta do ser Igreja, com identidade própria e relevância pastoral”, disse D. António Augusto Azevedo, em declarações à comunicação social, no Colégio de São Miguel, em Fátima, enviadas à Agência ECCLESIA pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã.

O presidente da CEECDF, da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), lamentou “algumas tendências reducionistas” do papel da Escola Católica por algumas partes da Igreja, e alertou para o “défice” que persiste em Portugal, onde nem sempre estas instituições de ensino são reconhecidas como espaço eclesial.

“Ainda estamos presos à ideia de que a Igreja são apenas as paredes dos templos”, acrescentou o bispo de Vila Real, que incentivou as Escolas Católicas a assumirem-se mais como Igreja e que a própria Igreja reconheça e valorize mais este setor educativo.

A II Jornada da Escola Católica, com o tema ‘Identidade e futuro da Escola Católica’, responde aos desafios do II Congresso das Escolas Católicas em Portugal, realizado em nos dias 10 e 11 de outubro de 2024; esta jornada é uma organização da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e do Secretariado Nacional de Educação Cristã (SNEC), e está a decorrer no Colégio de São Miguel, em Fátima.

Os organizadores esperam que seja “um espaço de reflexão e ação conjunta para garantir o futuro das instituições católicas num contexto de multiculturalismo, mudanças demográficas e desafios sociais”; e D. António Augusto Azevedo assinalou o “abraçar, por parte da APEC e do SNEC”, dessas “inquietações” do congresso 2024.

O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, da Igreja Católica em Portugal, destacou a importância de “investir na formação dos professores”, e afirmou que têm “de ser exigentes no perfil dos professores”, é necessário um corpo docente identificado com o projeto educativo.

Para D. António Augusto Azevedo, a educação religiosa deve ocupar um lugar central em todos os ciclos de ensino e não se limitar a uma disciplina, por isso, têm de ser “mais exigentes com a EMRC nas escolas”, e indicou que é necessário valorizar e aplicar com rigor os programas e recursos de qualidade que existem na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica.

“Este é um momento importante para o diálogo e para uma experiência sinodal”, explicou, e pediu a criação de “mais espaços de escuta e partilha dentro da comunidade educativa e eclesial”.

O responsável católico alertou que “a escola católica não pode ser um bunker”, a partir da exortação ‘Christus Vivit’ (Cristo Vive), documento pós-sinodal do Papa Francisco, recordou que são chamadas a “ser espaço de evangelização e acolhimento dos jovens”, e deixou uma pergunta de reflexão para as comunidades escolares: “Promovemos verdadeiramente experiências de fé perduráveis?”.

A II jornada da Escola Católica, que está a decorrer em Fátima, esta terça-feira é destinada às administrações e direções destas instituições de ensino, a responsáveis de congregações religiosas e de dioceses titulares de escolas católicas.

O portal online ‘Educris’, do CEECDF, informa que estão a participar 137 pessoas, de 59 escolas católicas, representando 78 das 122 instituições em Portugal.

CB/OC

Educação: Presidente da APEC salienta urgência de «encontrar modelos de organização que assegurem a continuidade» de escolas católicas

Educação: Fátima acolhe V Jornada Pastoral sobre “Identidade e futuro da Escola Católica”

Partilhar:
Scroll to Top