Igreja/Ensino: Disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica tem 1382 professores, e cerca de 240 mil alunos

Coordenador do Departamento nacional de EMRC faz um «balanço positivo e promissor” do ano 2024/2025

Foto: Educris

Fátima, 05 jul 2025 (Ecclesia) – O Departamento de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), apresentou dados estatísticos, são “1382 professores, e à volta de 240.000 alunos”, aos secretariados diocesanos, na reunião de encerramento do ano 2024/2025.

“O objetivo é que tenhamos os dados, tanto quanto possível, reais das nossas comunidades educativas. Esse trabalho neste ano está numa fase conclusiva, e podemos dizer, olhando-nos no ano letivo anterior, que somos 1382 professores, e são à volta de 240.000 alunos”, disse o coordenador do Departamento nacional de EMRC, em declarações à Agência ECCLESIA, em Fátima.

Sobre o número de professores da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, António Cordeiro explica a “preocupação” porque estão dadas as condições para que “a função e a disciplina tenham o seu espaço e o seu lugar”, mas, “não havendo agentes” deixam de ter protagonistas juntos dos alunos para que EMRC “faça o seu trabalho e a sua missão educativa”, nas escolas das três realidades educativas, a escola estatal, a particular católica e escola particular não católica.

“Uma grande percentagem está numa faixa etária que se encaminha para a sua aposentação. E aqueles que estão em processo de formação, que são à volta de 50 professores, são insuficientes para vir a colmatar e vir a ocupar as necessidades de professores”, indicou o entrevistado, explicando que têm duas estratégias quanto à formação inicial dos docentes, uma é ensino à distância, “que possibilita que as pessoas possam frequentar a formação em Ciências Religiosas” no seu contexto, e outra é “um apoio financeiro”.

Sobre o ano 2024/2025, o coordenador do Departamento nacional de EMRC afirma que “o balanço é positivo e é promissor”, e explica que se alegram, “em âmbito jubilar”, com o conjunto de recursos que robusteceram a disciplina, “de qualidade até de quantidade”, e com todos que trabalharam nesses recursos, que foram “cerca de uma centena de professores, de várias realidades, com várias experiências”.

Foto: Educris

Os Secretariados Diocesanos da Educação Moral e Religiosa Católica, com o Secretariado Nacional da Educação Cristã, realizaram a sua reunião de encerramento dos trabalhos referentes ao ano pastoral 2024/2025, este sábado, dia 5, no Centro Catequético, em Fátima.

“Nós tivemos definimos como grandes objetivos dar a conhecer e potenciar os recursos da disciplina, os recursos digitais e, por outro lado, que fizéssemos também uma formação no âmbito pedagógico, didática desses recursos; essas foram as duas grandes marcas que existiam a nível da Educação Moral e Religiosa Católica”.

O professor António Cordeiro sublinha que o balanço deste ano que termina “é muito positivo”, também porque estão a terminar “uma etapa de 5 anos relativamente a este assunto dos recursos de Educação Moral e Religiosa Católica”, uma revisão de 22 manuais de todos os ciclos, “inclusivamente a criação de novos manuais para o Ensino Profissional”.

“Numa determinada etapa, do nosso processo de 5 anos de revisão, tivemos também a questão digital que veio integrar também o enriquecimento destes recursos, os manuais, para que depois transitassem para manuais digitais”, salientou, contabilizando que “significa quase mil recursos disponíveis para professores e alunos”.

“Isso traduz-se no enriquecimento, na potenciação, na robustez da disciplina, e aquilo que oferece no âmbito didático-pedagógico. E é uma marca muito significativa, que vai permitir que as pessoas façam melhor o trabalho”, acrescentou, indicando que, agora, têm também de “acolher da parte dos professores aquela que é a experiência direta com os alunos”, para perceberem se os recursos funcionam, “propiciam uma maior aprendizagem”.

O professor António Cordeiro, da experiência formativa, referiu ainda que têm que “agradecer e alegrar” com os secretariados diocesanos, com a Faculdade de Teologia, com todos que concretizaram esses momentos, porque “todo este trabalho destina-se aos alunos”.

Segundo o coordenador do Departamento nacional de EMRC, do Secretariado Nacional da Educação Cristã, também foram identificadas “algumas fragilidades”, e estão também atentos à Inteligência Artificial, nomeadamente, “como equacionar, como integrar, como trabalhar também como uma ferramenta de apoio”.

A lei prevê a oferta obrigatória da disciplina curricular de Educação Moral e Religiosa Católica do Ensino Básico ao Secundário, e também dos cursos profissionais desde que passou a integrar as suas matrizes no ano letivo 2019/2020 (Decreto-Lei nº 55/2018, de 6 de julho).

A Concordata assinada em 2004 entre Portugal e a Santa Sé consagra a existência da disciplina de EMRC, sendo os professores propostos pelos bispos, nomeados pelo Estado e pagos pela tutela; é uma componente do currículo nacional, de oferta obrigatória por parte dos estabelecimentos de ensino e de frequência facultativa.

CB

 

A organização desta reunião de Secretariados Diocesanos da Disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica convidou a irmã Júlia Bacelar, da Congregação das Irmãs Adoradoras/Fundação Madre Sacramento, para partilhar o ‘cuidado da pessoa vítima de violência’.

“Trazemos a irmã Júlia Bacelar porque é um testemunho de cuidado com a pessoa com fragilidades. E há um tema que é transversal, é uma das nossas fidelidades da Educação Moral e Religiosa Católica, este cuidado da pessoa e da sua dignidade. Naturalmente, temos que trazer pessoas que nos ajudem, que vão lá perceber o que é feito, e aquilo que depois pode ser enriquecido até com visita às escolas, com o testemunho direto com os nossos alunos”, referiu o professor António Cordeiro.

O entrevistado assinala que a oradora da Congregação das Irmãs Adoradoras “informa, sensibiliza”, e pode criar também nos alunos “a dimensão educativa deles próprios virem a ser futuramente testemunhas”.

Outro momento que se destaca do programa desta reunião foi a apresentação do livro ‘Betânia – entre linhas e cliques’ (Edições Carmelo), de Verónica Parente e Frei João Costa, com ilustrações de Kiko Salcedo, autores que, no ano letivo anterior, apresentaram a obra ‘Direitos não confinados’ (Logos Comunicação), sobre os direitos das crianças.

“É importante conhecermos esses projetos, não só os ‘Direitos Confinados’, como também ‘Betânia’, que vai tratar diferentes temas que são comuns e são tratados na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, como a questão da família, a questão da ecologia, a questão do namoro. Será outro subsídio que os professores poderão, no seu tempo e quando assim entenderem, integrar na dimensão pedagógica e nas aulas, complementar os nossos recursos manuais e digitais”, desenvolveu.

O professor António Cordeiro explica também que o lustrador Kiko Salcedo é um testemunho, “com as suas limitações físicas. Dá gosto, dá beleza e dá o seu contributo artístico neste livro, também para dizer a dimensão inclusiva de todas as pessoas”.

 

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